Capítulo 13 - Convite

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     A viagem até a vila, onde o casamento iria acontecer, correu normalmente, até Valerian me contar sua teoria, que, infelizmente, fazia muito sentido e nos colocava ainda mais em perigo

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     A viagem até a vila, onde o casamento iria acontecer, correu normalmente, até Valerian me contar sua teoria, que, infelizmente, fazia muito sentido e nos colocava ainda mais em perigo. Logo após nossa conversa, mandei um falcão para Eudara pedindo que todas as tropas ficassem em alerta e prontos para batalha.

     Então o momento que exigiu o máximo do meu autocontrole aconteceu. Tive que me conter bastante para não pular em cima do rei e encher sua cara de socos, ainda mais com aquele grande sorriso falso. Eu invejava Nice por mentir tão bem para aquele homem.

     Quando o infame teatro finalmente acabou, fomos em direção a uma das tendas vermelhas que eram destinadas à nossa comitiva. Me larguei na primeira cadeira que encontrei pela frente, respirando fundo e rezando para tudo aquilo acabar o mais rápido possível.

     - Você está muito nervoso - Nice comentou, enquanto retirava todos os adornos e maquiagem. - Acho que já está perto do fim.

     A rainha segurou seu colar e criou uma zona segura para conversarmos, não podíamos correr o risco de ter nossas palavras caindo em outros ouvidos.

     - É complicado para mim ficar na presença daquele homem, tenho que me controlar para não deixar a maldição sair. - Conduzi minha mão até a faixa vermelha em meu rosto, lembrando de todas as vezes que a maldição gritava procurando uma brecha para sair. - Até mesmo agora, não sei o que ele está tramando contra Valerian e isso me enfurece.

     - O rei não temo motivos para fazer alguma coisa, Valerian fez tudo o que ele queria, logo isso vai acabar. - Nice sempre tentava me acalmar, e, por mais que eu reclamasse de seu comportamento, ela sempre sabia muito bem o que falar.

     - Você tem razão, tudo que podemos fazer é esperar até o casamento acabar.

     O restante da tarde seguiu normalmente com todos os preparativos. O casamento estava marcado para o dia seguinte, então quase não consegui dormir, uma combinação de ansiedade e preocupação.

     Na manhã seguinte, as olheiras em meu rosto podiam denunciar facilmente a noite mal dormida. Porém, após o café da manhã tudo estava seguindo normalmente. Passei as ordens para os soldados para permanecerem em volta da tenda de Nice, mas no meio de uma das minhas conversas, um soldado de cabelos louros se aproximou. Era um rapaz franzino, parecia ter vinte anos, mas vestia as roupas da guarda real do reino de ferro.

    - Oficial, trago para o senhor esta mensagem. - O rapaz estendeu um envelope em minha direção.

    - Obrigado. - Peguei a mensagem que estava lacrada com o selo do rei.
O rapaz se distanciou enquanto eu terminava de passar todas as ordens para os soldados, que também se afastaram para cumprir tais comandos. Só então tive coragem de abrir o envelope, com medo do conteúdo e já temendo pela vida de Valerian.

     "Eu o convido para uma pequena reunião em meus aposentos, temos alguns assuntos a discutir sobre a segurança do casamento. Sei que é um pedido de última hora, mas algo me diz que você tem um tempo para tal coisa. Espero que seja rápido."
Ass.: Rei Normando.

     Fechei a mão com força, amassando totalmente o papel, fazendo se despedaçar em seguida. Pensei em falar com Nice primeiro, entretanto, o papel era uma ameaça e sugeria que eu não tinha tanto tempo disponível. Então apenas coloquei a mão sobre o cabo da arma e segui para a grande tenda real vermelha.

     A medida que me aproximava, meus sentidos ficavam mais alertas, algo estava errado demais e, o pior era que, não parecia ser só o convite inesperado. Não pude deixar de notar que havia poucos guardas cercando a tenda, e, os que restavam, estavam muito distantes. Não encontrei dificuldade alguma em me aproximar dos aposentos do rei.

     Hesitei antes de passar pela entrada da tenda, observando a minha volta como tudo parecia estranho. Lentamente, afastei os tecidos que cobriam a entrada, ali dentro estava tudo escuro. O pensamento de sair dali ecoava alto em minha mente, mas gemidos de dor ganharam minha atenção. Entrei no local temendo pela vida de Valerian e, nesse momento, todas as luzes se acendem. O local era bem grande, mas uma cena relevada pela luz me impediu de ter a percepção completa do cômodo. O corpo do rei Normando jogado ao chão logo à frente de seu trono junto com uma poça de sangue, que estava entre ele e o chão, e a coroa caída a um metro de distância de sua cabeça.

     Pensei em me aproximar do corpo, meu corpo até deu alguns passos inconscientemente. Nesse momento Valerian entrou na tenda também e a reação dele foi a mesma que a minha. O olhar de surpresa estava estampado em seu rosto, e assim como ele, eu também não sabia o que fazer.

    - O que aconteceu? - Os olhos dele alternavam entre mim e o corpo do pai.

    - Eu não faço a mínima ideia, acabei de entrar aqui depois de um convite feito por ele. - O olhar de Valerian para mim não era de acusação, ele estava me fazendo uma pergunta, o que faríamos a seguir.

     Contudo, as coisas estavam se arrastando para algo muito pior. Um grito do lado de fora anunciava tal acontecimento.

    - GUARDAS, O REI ESTÁ MORTO! O REINO DE EUDARA E O PRÍNCIPE NOS TRAÍRAM! - A guarda real de Normando gritava do lado de fora.

     Todas as nossas opções estavam se esgotando rapidamente, a guerra estava de volta. Valerian estava certo, aparentemente, tínhamos outro inimigo mais poderoso que o próprio rei morto na nossa frente.

     Não demorou muito para que eu escutasse a marcha apressada dos soldados. Me aproximei de Valerian e retirei a lâmina da bainha, minha mente pensava além de nossa segurança. Naquele momento, eu temia pela vida de Nice, pois com certeza um confronto se iniciaria naquele acampamento.

    - Vamos sair agora. – Ordenei enquanto andava até o lado oposto à porta da tenda e abria um buraco nos fundos. O príncipe estava logo atrás de mim.

     Ao passar pelo buraco, fomos encurralados por uma dúzia de soldados, que apontavam suas armas de metal para nós dois. Meu braço fez um movimento rápido para cima, enquanto a magia escutava meu chamado e formava uma parede de gelo, nos separando dos soldados que puxaram os gatilhos na tentativa de ultrapassar à defesa.

     Voltei minha atenção para a tenda de Nice e, de longe, pude escutar o som de mais tiros e ver o brilho da magia pulsar algumas vezes.

    - Preciso chegar até Nice agora. - Falei para Valeriam, em uma tentativa de deixá-lo preparado para me esperar aqui.

   - Então vamos juntos, agora me tornei um traidor também. - Eu podia sentir o medo nele, porém ele também tinha muita coragem, e foi isso que me ajudou a manter o controle também.

O amor é como a guerra; fácil de começar, e muito difícil de terminar.

O amor é como a guerra; fácil de começar, e muito difícil de terminar

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Acharam que eu havia desistindo, mas ainda estou aqui....

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