How I met him

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Já era dia.

Guto estava ali, deitado, com os olhos já abertos. Aliás, nem se que fechou-os essa noite.

Preparava-se para seu primeiro dia de aula na escola nova. Saíra da antiga por problemas com os outros alunos. As brincadeiras que começaram inocentemente, sobre sua mãe, tornaram-se cada vez mais pesadas e abusivas. Foi ai que os dois decidiram mudar de cidade e começar uma vida nova.

Ele fica ali. Pensando e pensado sobre como seria sua nova fase. Era estranho pensar aquilo. Logo vindo dele que sempre se sentiu tão adaptável ás mudanças que lhe aconteciam.

Clareou mais um pouco. Seu despertador enfim tocou e a luz do sol invadia cada vez mais seu quarto pelas frestas da janela.

Exitou em levantar, mas não se deixou ceder pelos desejos do seu corpo preguiçoso. Pegou a toalha, e foi para o banheiro.

No meio do corredor que levava ao banheiro havia o quarto de sua mãe. Resolveu entrar e lhe dar um beijo de bom dia, mas ao abrir a porta deparou-se com uma cena não muito agradável.

O lugar estava todo bagunçado. Suas peças de roupas espalhadas por todos os cantos. O pano que cobria a cama estava somente agora em metade dela. A pouca luz que entrava lá através do pano escuro que cobria a janela o permitia ver que havia mais alguém.

Havia um cara se vestindo.

Guto ficou observando o homem colocar toda a sua roupa e deixar sob uma mesa perto da cama de sua mãe algumas cédulas. Percebendo que este já estava saindo, correu rapidamente para dentro do banheiro.

O ouviu bater a porta da frente, mas resolveu não voltar.

Tomou seu banho calmamente enquanto tentava acreditar no que tinha visto. Ela havia prometido a ele que não faria mais isso. Porque, no final das contas, o que ela fazia os forçaram a mudar de cidade.

Guto rio. Apesar de levar numa boa a "profissão" da mãe. Tinha plena consciência de que ela faz e sempre fez o que pode para lhe criar. Nunca o deixou faltar nada.

Tirou todo a espuma que cobria seu corpo e desligou o chuveiro.

Amarrou a toalha na cintura e rumou ao quarto.

Ao abrir a porta viu sua mãe sentada em sua cama. Entrou.

— A noite foi boa?

— Eu achei que seria, mas ele fala mais do que faz. – Vera sorriu. Guto a acompanhou.

— E sobre o que você havia me dito? Nunca mais fazer isso, lembra?

— Mas eu não cobrei nada dessa vez, juro.

— Eu vi ele deixando o dinheiro, mãe?

— Gustavo. Acredita em mim. Ele deve ter confundido as coisas. Eu te prometi e vou cumprir. E quer saber? Depois de tanto tempo, sexo pra mim é a coisa mais banal do mundo.

Os dois riram.

Guto sentou-se na cama em frente sua mãe. Olhou-a bem.

Dona Vera. Verinha, como gostava de ser chamada. Ao longo dos seus, ditos, 30 e poucos, mas que na verdade eram 40 e poucos. As marcas embaixo dos olhos acusavam as noites que havia passado em claro. E as linhas sobre a boca mostravam o passado de todos os seus sorrisos. De uma vida que, mesmo difícil, foi feliz.

— Que é que foi? Vai ficar ai me olhando igual um louco?

— É que eu tanto orgulho da mulher que você é. Obrigado. Por tudo.

— Ah, Gustavo. Melação uma hora dessas do dia? Eu também te amo. Mas vai se vestir senão você se atrasa pra escola. Vou preparar seu café.

Porque Isso Aconteceu?Onde histórias criam vida. Descubra agora