20. Um bom coração que acalenta

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 ...Tudo bem não estar bem
Às vezes, é difícil de seguir seu coração
Lágrimas não significam que você está perdendo
Qualquer um se machuca
Só seja fiel a quem você é...

Jessie J



Zitao entrou na grande sala em penumbra. Um dos seguranças o levou até e escritório e depois saiu em silêncio. Ele entrou e viu Yifan diante da janela e as luzes de fora iluminavam seu rosto sombrio. Tao evitou chorar. Revê-lo era como retornar ao passado e sentir que nem um dia se passou desde o último que o viu e ver o quanto de dor havia por trás daquele olhar perdido e frio era ainda pior.

Ele queria ser ruim e dizer a ele um alto e sonoro bem feito por ter acobertado Kris e tudo o mais por tantos anos, mas apenas atravessou o escritório e abraçou o mais alto.

— Eu estou aqui Yifan, descanse.

Não precisou dizer mais nada. Ele virou para si e chorou em seus ombros por muito e muito tempo. Quando Zitao percebeu que ele já estava a ponto de cair, ele o ajudou a subir para seu quarto e a deitá-lo na cama, puxou o edredom e já ia sair quando Yifan segurou sua mão.

— Fica comigo Tao, por favor.

Zitao não demonstrou transparecer o susto, ele nunca pedia por favor, nunca. Mas Tao não foi capaz de negar e acabou cedendo, entrou debaixo do edredom e acolheu o maior em seus braços.




Foi um pouco assustador despertar naquela cama, mas como estava vestido, logo soube que estava ali apenas para ajudar uma pessoa e não como baby. Yifan ainda dormia agarrado ao seu corpo e nunca pareceu tão frágil como naquele momento.

Yifan sofria, assim como imaginou, mas o que podia fazer para ajudar um homem que tinha quase tudo? E era insano querer ajudar, mas... Ele era um ser humano não? Yifan não era Kris, Yifan era apenas uma pessoa triste...

Mas o que Zitao podia fazer? Nada, de verdade. Suspirou e olhou para o relógio de pulso que acabou dormindo sem retirar... Precisava ir ou ia se atrasar.

Tentou se erguer com cuidado para não o acordar, mas Yifan despertou mesmo assim e o olhou um pouco atordoado, contudo logo ele tomou consciência e piscou muito antes de suspirar...

— Não vá Zitao, fica aqui comigo.

— Eu tenho aula Yifan, é meu último semestre e depois eu preciso ir trabalhar...

— Eu entendo a escola mas... Aquele trabalho não é bom, você vive cansado... Eu... Olha, eu sei que me odeia, odeia o que passou aqui e tudo, eu sei sabe... Eu entendo, mas por favor, fique comigo, só assim mesmo, eu juro que não tentarei nada sexual, juro, faço até contrato e tudo, mas só volta para mim? Fica comigo em suas tardes e noites? Eu senti tanto a sua falta, tanto... Eu não durmo assim à meses. Eu sei que é egoísta e tudo, porém eu juro que não vou entrar em sua vida pessoal, não vou mesmo, nem vou fazer nada do que fazia, eu só quero sua companhia comigo, por favor?

— Onde está o Sehun, Yifan?

— Na China, olha, ele quase nem vem mais para cá, de verdade e se quiser eu falo para ele não vir para casa quando estiver aqui, sei lá, eu sei que não gosta dele também... Droga! Olha, eu faço tudo, de verdade, mas volta para mim... Eu me sinto tão péssimo... Eu fiz tudo errado...

E ele suspirou fechando os olhos e voltando a deitar na cama abatido. Zitao não soube o que fazer, o que ele sugeria? O que ele queria dizer com tudo aquilo?

Contrato indecenteOnde histórias criam vida. Descubra agora