25. Traços e esperanças

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  Tao entrou na mansão um pouco cansado, mas satisfeito.

Dona Park estava disposta a aceitar as coisas, Chan ficaria feliz. Ele deixou os dois na mansão dos Kim antes de levar Baek para o campus e voltar para a casa dos Wu. Agora tudo o que queria era um bom banho e um pouco de cochilo antes de receber Yifan para o jantar. Aquela tarde foi sua folga, mas o outro trabalharia até a noite.

Entrou cumprimentando os empregados da casa, colocou os pés na escada para subir e congelou ali mesmo. Sehun surgiu no alto da escada e Tao evitou expressar seu assombro.

Achou que ele chegaria bem mais tarde, acreditou que estava ao menos meio preparado para vê-lo outra vez.

Tinha se enganado.

Sehun parecia ter envelhecido uns dez anos. Continuava lindo, mas o rosto estava marcado por tenções que antes não existiam, seus olhos pareciam sombrios e seu corpo mais magro. Seus cabelos sempre no último corte da moda e loiros platinados e bem cuidados estavam escuros, rebeldes e jogado de qualquer jeito sobre os olhos sérios. Sehun nunca foi sério, Sehun nunca foi adulto de verdade.

Mas aquilo aparentemente tinha mudado.

Ele desceu as escadas lentamente e parou a sua frente. Só então um pequeno sorriso cansado surgiu em sua face agora marcada por linhas de estresse... Como um ano poderia ter feito todas aquelas mudanças nele? O que houve com Sehun também?

Suas duas conversas nessa semana foram profissionais e rápidas. Como poderia saber que ele estava tão ruim quanto o irmão?

— Sehun...

— Zitao – Ele sussurrou e depois suspirou — Mesmo sabendo que estava de volta, vê-lo aqui ainda parece uma miragem, uma brincadeira do destino, mas é real. Obrigado - E Sehun ergueu a mão acariciando seu rosto de forma delicada, ele nunca tinha sido delicado consigo e então se afastou indo para a porta — Eu vou para e escritório, nos vemos no jantar.

Tao não soube precisar por quanto tempo ficou ali, parado, ainda em choque com a ação do outro, mas forçou a si mesmo a subir antes que criasse raízes aos pés da escada.

Sehun sentia falta dele também? Por que saber daquilo mexia com suas estruturas? Seria possível? Não... Estava delirando, era isso, delirando...

E então ele fez tudo mecanicamente ainda com os olhos exaustos do mais novo dos Wu grudado em seus pensamentos conflitantes e dormiu por que estava exausto também, mas seu sono foi povoado por um homem triste e vazio, onde deveria existir um homem cheio de vida e caloroso. Wu Sehun também sofria...




Despertou ouvindo algo que achou que jamais voltaria a ouvir. O piano da sala de música sendo tocado. A música era triste e era sua velha conhecida, pois, Sehun tocava para si quando se sentia com vontade. Foram exatas duas vezes.

Em uma noite, duas antes de Zitao partir, Sehun tinha gritado com Kris que jamais tocaria de novo. O motivo ele nunca soube, mas na época se sentiu triste, já que o mais novo dos irmãos era um ótimo pianista e Tao adorava piano.

Agora ele soava mais melancólico do que o costume.

Se levantou olhando para o relógio de cabeceira, passava da meia noite.

Saiu do quarto se questionando onde estava Yifan enquanto a música penetrava em sua mente com a facilidade do amor que ele nutria pela canção linda e triste. Desceu a mansão escura e seguiu até a sala de música em silêncio. Sehun estava sentado ao piano tocando de olhos fechados e Yifan dormia no sofá espaçoso de canto.

Contrato indecenteOnde histórias criam vida. Descubra agora