Capítulo 16

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Elena sempre foi uma criança inteligência, andou aos nove meses, aprendeu duas línguas antes dos três anos, tinha ótimas notas na maioria das matérias - exceto exatas, que era o terror da criança, entretanto, as notas eram sempre entre o seis e sete.

Além da inteligência, a garotinha sempre foi muito energética e ótima em ter ideias - maluquinhas, segundo o seu avô Miguel. Portanto, quando viu que a mãe também havia caído no sono antes dela, a menina sorriu sapeca, com toda a delicadeza e sutileza que as aulas de ballet lhe proporcionou, ela tirou o cobertor de cima do seu corpo, escapou dos braços da mãe e soltou a mão do pai, antes de descer sobre o carpete silenciosamente.

Enfiou as pantufas de unicórnio nos pés, e saiu do quarto sem fazer o mínimo barulho. Correu pelo corredor, tendo consciência de que todos os tios e avôs já estavam no quarto. Empurrou a porta do quarto de Alana e sorriu ao ver que a amiga estava acordada.

- Oi, Lana. - Sussurrou, já que Alicia dormia no berço com o móbile de abelhas ligado.

- Elena? O que houve? - A amiga perguntou.

- Mamãe e papai tão dormindo juntos. - Contou, subindo na cama e deitando-se ao lado de Alana. - Eles foram me colocar para dormir e pegaram no sono.

As duas garotinhas riram, antes de arrumarem o cobertor sobre seus corpos e abraçar os bichinhos de pelúcia.

- Eu acho que eles se amam. - Alana disse.

- Eu também. - Elena sorriu. Elas permaneceram em silêncio por alguns minutos, antes de Elena continuar. - A gente podia tentar junta-los.

Alana sorriu, animada com a ideia.

- Vai ser divertido.

- Com certeza!

...

Simon acordou com as risadas das meninas no andar debaixo. Seu braço estava dolorido, seu corpo estava parcialmente coberto pelo de Ámbar, e cabelos espessos e loiros faziam cócegas em seu pescoço e rosto. Devido a um conjunto de fatores, ele sabia que era a ex-namorada. Seus cabelos loiros ainda tinha o mesmo cheiro doce, que misturava com o hidratante de algodão e rosas que ela usava desde que a conheceu.

Por mais que o braço formigasse pelo longo tempo sendo feito de travesseiro, e sua barriga já reclamasse de fome, ele continuou do mesmo jeito, abraçado a loira, esperando que ela acordasse.

Ámbar tinha um enorme mal humor matinal, quando era acordada cedo demais, que com sorte a pequena Elena não havia herdado - a menina acordava cheia de sorrisos e dando bom dia para tudo, exatamente tudo.- ou talvez, ele aparecesse somente na adolescência.

Seus dedos foram direto para os cabelos da moça, fazendo um leve cafuné, que com o passar de alguns minutos, fez ela despertar.

- Simon? - Ela sussurrou, afastando-se lentamente dele. O rapaz disfarçou uma careta com o incômodo no braço e sorriu, murmurando um "bom dia". - Bom dia. - Ela respondeu, sentando-se sobre as pernas e coçando os olhos. - Onde está Elena?

- Provavelmente tomando café, eu ouvi a risada dela. - Respondeu, sentando-se na cama e se espreguiçando. - Acho que peguei no sono antes dela.

- Nós dois. - Ámbar riu. - Ela parece ligada no 320, estava caindo de sono e nós dormimos antes dela. - Simon concordou, com um sorriso no rosto.

- Eu vou me aprontar no meu quarto, nos vemos depois. - O músico disse, beijou o dorso de sua mão e saiu do quarto, cantarolando uma canção de seu álbum.

Ámbar sorriu, mordendo o lábio e deitando de volta na cama, cobriu o rosto com os braços e suspirou.

Parecia uma adolescente apaixonada.

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