Capítulo 25

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- Mamãe. - Elena chamou, pela manhã. Anthonella havia nascido há alguns dias, e Emília e Benício estavam recebendo grande ajuda com o bebê, para se adaptarem a rotina. Simon ainda estava na cidade, mas Pedro, Delfi voltaram para casa devido a escola das meninas.

- Bom dia, Elie. - Ámbar disse, virando-se para a garotinha. - Por que ainda está de pijama? - Indagou. A menina estava com os cabelos preso em um rabo de cavalo frouxo, usava um pijama azul de ursinhos, as bochechas estavam mais vermelhas do que o normal, e quando ela pressionou os lábios e fez um bico, Ámbar soube que algo estava errado.

- Eu não quero ir para aula hoje. - Ela sussurrou, esticando os braços. Ámbar a ergueu pelas áxilas e a segurou no colo, a menina enrolou as pernas na sua cintura e deitou a cabeça em seu ombro.

- Você está bem? - Indagou, colocando a mão em sua testa para sentir a temperatura.

- Eu só não quero ir. - Ela contou.

- Você não pode faltar a aula por nada, Elie.

- Mas... - Ela murmurou, coçando os olhos. - Não é por nada, mamãe. Eu quero ficar aqui, com você.

- Você sabe que a mamãe tem que ir para o trabalho.

Elena suspirou, chateada.

- Eu quero o meu papai.

- O papai está ocupado agora, você se lembra que ele ia ajudar o tio Benício com as coisas da Tonton,?

- Mas é o meu papai, Anthonella já tem o dela. - Cruzou os braços, o bico crescendo nos seus lábios e as lágrimas enchendo os seus olhos. Ámbar suspirou, afagando as costas da sua menina.

- Ei, mocinha. - A voz de Alfredo soou pela cozinha. - O que acha de ficar com o vovô Alfredo enquanto a mamãe e o papai estão ocupado?

A menina o encarou pensativa, ela esfregou os olhos e secou os vestígios de lágrimas, enquanto Ámbar a colocava no chão.

- Pode ser, você não vai me deixar pela Anthonella também, não é? - Perguntou.

- Elena...- Ámbar começou, mas Alfredo lhe parou.

- Vamos tomar o café da manhã, e brincar no jardim, e o vovô responde todas as suas dúvidas.

- Ta bem. Cadê o vovô Miguel?

- Ele saiu com a sua avó. - Alfredo disse, enquanto ajudava a menina a sentar-se sobre a cadeira. Ámbar sorriu para o avô, beijou a cabeça de Elena e saiu, pronta para o trabalho. - Agora me diz, Elie, que história é essa de "te deixar pela Anthonella"?

- Ninguém tem tempo pra mim, é tudo para o bebê. - Deu de ombros. - Eu não quero falar sobre isso, nós podemos ver desenho?

- Mas e o jardim?

- Eu não quero mais, eu quero assistir Toy Story.

- Tudo bem, podemos assistir Toy Story.

...

Mesmo que Ámbar havia convencido Elena a voltar para o colégio, ela ainda estava com ciúmes de Anthonella, ou seja, quando eles menos esperavam havia uma crise de choro, manha, ou a vontade de ficar o tempo todo no colo.

Ámbar conseguia lhe dizer não as vezes, mas Simon não era tão bom nisso, e ele cedia aos choramingos. Todos eles eram filhos únicos, então não sabiam muito bem como convence-lá que não seria trocada e nem deixada de lado.

Os adultos possuem algo, que eles se sentem completamente responsáveis por todos os problemas, sempre. Mas o de Elena não seria facilmente resolvido por eles, e sim por uma criança de quase nove anos.

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