Kim Namjoon amava arte.
Em praticamente todas as suas formas: fossem pinturas, músicas, livros, apresentações teatrais... e Park Jimin.
Que incluia um pouco de tudo isso, na realidade, e talvez almiscarasse mais ainda o jeito como se sentia ao vê-lo toda manhã.
E não conversavam, não, longe disso. Jimin provavelmente nem sabia da leviana existência de Namjoon. E estava tudo bem, tudo ótimo! O Kim já havia se conformado de que Park tinha um namorado, que estava feliz assim e que ainda poderia admirá-lo de longe.
Mais especificamente da velha loja de discos, chamada de Kimso&cia. Na verdade, o nome tinha mudado há uns cinco anos quando o pai do Kim terminou com a mãe dele, e agora tinha uma nem tão reluzente placa com os dizeres: The Kimgs.
Era pra ser um jogo de palavras com Kings e Kim's (o sobrenome de ambos), mas não tinha funcionado muito bem e todo mundo continuava dizendo Kimso (pelas costas do pai de Namjoon.)
Bem, de toda forma, o Kim mais novo passava boa parte do seu dia atrás das sujas portas de vidro, ajeitando o que podia, comprando e vendendo discos da galera que curtia aquele tipo de coisa. Ás vezes vinham alguns hipsterzinhos ricos do outro lado da cidade, perguntando sobre discos novos demais para estarem na loja dos Kim's.
Com toda sua desenvoltura, Namjoon dizia que se eles voltassem ao buraco de onde tinham saído, conseguiriam achar a porcaria do disco. Ah, e tinha isso também: Kim Namjoon tinha problemas em controlar sua raiva.
E não era algo normal, tipo, como qualquer pessoa normal se sentiria. Era um explodir que se comparava à porra de uma bomba. Namjoon ficava cego, não enxergava à não ser vermelho sangue. Perdia todo o senso que tinha reunido, simplesmente deixava tudo desmoronar e levar todos ao seu redor junto.
Mas, na maior parte do tempo, se controlava. Tomava remédios pra isso e também tinha um acompanhamento semanal em um consultório no Centro.
Ou seja: tudo ficava bem contido na maior parte do tempo. Sua aparência sem graça, a pele mais escura do que 90% do seu país gostaria que fosse, as calças e as camisetas folgadas, em tons escurecidos.
Tudo isso representava a segurança, para Namjoon. Realmente gostava de cores, na realidade, mas não quando diziam respeito à si. Tinha medo de vermelho ser a única cor que acompanhasse sua alma.
Observá-las, no entanto, era reconfortante.
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bluequarantine {minjoon}
Fanfictionkim namjoon via park jimin como arte. no entanto, nem sempre a nossa percepção sobre uma peça é a realidade do autor. [minjoon-angst-shortfic]