KIM NAMJOON AMAVA MÚSICA.
Não havia mentira nisso.
Namjoon gostava de dizer que as coisas sempre eram 8 ou 80. Mas, na realidade, ele dava todas as exceções possíveis. Nunca era decidido por completo.
Pra piorar a situação, Redlips estava cada vez mais insistente. Namjoon mal usava seu telefone celular, e ainda assim de alguma forma ela havia conseguido seu ID no KakaoTalk. Reconheceu-a pela foto de perfil e simplesmente não conseguia entender. O que diabos ela tinha visto nas suas músicas?
Achou que se ignorasse-a por algum tempo, ela simplesmente desistiria. Mas a mulher parecia cada vez mais obstinada à fazê-lo concordar em trabalhar com ela.
Na sexta-feira, Namjoon e Taehyung estavam sentados atrás do balcão da loja, esperando as 19h pra fecharem. O pai do Kim estava do outro lado da cidade, visitando sua mãe e aproveitando pra conseguir alguns discos novos.
— Joon, é nossa chance! Seu pai provavelmente nem vai vir pra casa hoje. O que nos impede de sair um pouco?
— Meu laudo psiquiátrico?
— Ya, para de agir como se você fosse um vegetal. Você está bem, Joon-hyung. Há quanto tempo não tem uma crise? Quase três meses?
— Mas eu nunca sei quando vai vir, Tae. Porra, eu não sei.
Por mais que ser "jovem" parecesse pelo menos 1% divertido, Kim não conseguia se dar esse direito. Sentia que, na maior parte do tempo, não tinha direito de fazer nada. Como ele poderia agir como um rapaz normal?
Dra. Song dizia que ele precisava ser permitir, e as atividades da terapia mostravam-no esse lado. Era por isso que ele conseguia publicar suas músicas, agora, por mais desgostosas que elas soassem aos seus ouvidos. Então ele sabia que, aos poucos, poderia se estabilizar. Ficar bem.
Mas tinha convivido com isso por tanto tempo... era difícil crer que daria tudo certo. A vida não era a porra de um filme.
— Exatamente, Joon! Você nunca sabe. Nunca se sabe. Por favor... só hoje!
O Kim mais velho ponderou, torcendo os lábios. Podia acabar mal. Podia acabar muito mal.
Mas podia acabar bem também...
— Ok! — respondeu, afoito. Essa resposta havia sido um ímpeto, mas não no sentido ruim. — Eu vou fechar a loja. Vai se arrumar.
— Sério, Joon? — e lá estava o sorriso quadrado de Taehyung. Kim quase quis apertar o rosto dele entre as suas palmas, mas se conteve. O primo ficaria cheio de si demais e o ego dele já era gigantesco.
Mesmo que tenha concordado em sair de casa, Namjoon não necessariamente havia concordado com todo o resto que Taehyung tinha imaginado. Como, por exemplo, fazê-lo vestir uma calça skinny preta.
Para o mais velho, calças skinny estavam entre as coisas mais absurdas já criadas pelo ser humano. Odiava se sentir aprisionado, odiava que as coxas fartas tivessem essa camada extra de tecido incomodando-lhe repetitivamente.
Todas as suas calças eram folgadas, sejam as jeans ou as moletons, e Namjoon não via problemas com isso. Mas ah, Kim Taehyung...
— Hyung, você fica tão gostoso nesse jeans. Por que você não usa?
— Eu já falei que não gosto. Nem adianta, se você for me enfiar em uma roupa de idol eu vou sentar minha bunda no sofá e não saio de casa!
O outro Kim bufou, desistindo. Resmungou um teimoso entredentes, mas logo seu rositnho se acendeu. — Usa pelo menos uma das minhas camisas? — e se apressou para pegar a seleção de roupas coloridas.
Se deixando levar, optou por uma camisa de botões bege, com pequenas bolinhas marrons. Não tinha mangas, mas combinava com sua calça jeans e com um boné preto que ele usaria.
Claro, não foi a opção que deixou o primo mais feliz mas aceitou mesmo assim, animado de finalmente "aproveitar a vida noturna". O que provavelmente era uma péssima escolha, mas agora já tinha se decidido. Iria se cuidar, até talvez ter mais segurança do controle sobre seus impulsos.
— Eu recebi um convite hoje. É uma balada, hyung, que fica em Hongdae. Você sabe chegar lá? — questionou, passando um pouco de sombra escura pelos olhos. Namjoon assentiu, mas negou quando o primo lhe ofereceu a maquiagem.
— Que horas nós voltamos? — perguntou receoso, pouco a vontade com a ideia. Mesmo que quisesse se permitir, era difícil. Talvez uma balada nem fosse a melhor forma de fazer isso, mas Kim também não era o dono das melhores escolhas o tempo todo.
— Ya, porque já estava pensando na hora de ir embora?! A gente nem saiu de casa, Joon. — e dito isso, terminou de deslizar um gloss sobre os lábios também, se olhando no espelho. — Eu tô bonito? — mas o sorriso no rosto do rapaz indicava que ele já tinha a resposta.
O mais velho riu, como se não levasse a sério as coisas que Taehyung dizia. Ele sabia que era bonito e adotava esse poder em tudo na sua vida. — Convencido. — Namjoon retrucou, pegando seus pertences.
Chegaram na boate por volta das 20h. O lugar ainda não estava tão movimentando, o que sinceramente foi um alívio para Namjoon, mesmo que ele soubesse que aquela sensação não duraria muito tempo.
A música não era de todo ruim, parecia ter sido escolhida à dedo, e ouviu até mesmo uma ou duas músicas do tal Agust D tocarem.
Só percebeu que alguma coisa estava muito errada quando a reconheceu, na mesa VIP.
— Redlips?
— Disse algo, Joon-hyung? — o outro questionou, se virando na direção dele.
— Quem te convidou, Tae?
— Eu não sei falar o nome dela, é em inglês. Nem deve ser um nome verdadeiro, mas... ah! Ela ali! — apontou na direção do temor do Kim mais velho.
Namjoon se eriçou, caminhando na direção da mesa VIP, deixando Taehyung pra trás. Ele tinha uma pulseira dourada no pulso, então os seguranças não impediram-lhe a passagem. E quando finalmente alcançou a mesa, puto, apoiou ambos os braços sobre ela, chamando a atenção de todos os que estavam ali.
— Você tá me perseguindo? — e o primo veio correndo atrás, desesperado.
— Joon, você tá bem? Não foi uma boa ideia. Vamos embora! — disparou, morrendo de medo de que o outro pudesse explodir a qualquer momento.
— Eu tô bem, Tae — murmurou, sem tirar os olhos da garota. — E então? Que porra você tá fazendo?
Redlips sorriu: — Eu te contei, Namjoon-ssi. Eu quero sua música.
— Eu não entendo! Não tem nada de especial sobre o que eu faço. Por que você quer tanto que eu venda?
— Eu gosto. — ela deu de ombros.
— Quando Redlips gosta de alguma coisa, é porque vale a pena. Você é o RM? — um garoto sorridente passou a falar. A mulher envolvia-o com o braço ao redor dos seus ombros, e mantinha a mesma faceta de quem havia conquistado o mundo na cara. Namjoon odiava, porra, odiava.
— Não interessa. Para de me perseguir!
E se virou, pra ir embora. Mas claro... claro que veria Jimin ali. Nunca seria capaz de passar por ele e não enxerga-lo.
O rapaz vestia uma camiseta e calças pretas, combinadas com uma jaqueta de couro, diferente de tudo o que Namjoon já havia visto usando-o. Perfeitamente esculpido, seu cabelo estava devidamente ordenado e ele também usava maquiagem, principalmente no canto dos olhos.
Namjoon só percebeu que tinha passado tempo demais encarando-o quando Jimin abriu um sorriso, do tipo seco. A dominação nos seus olhos ainda existia, agora completamente direcionada ao Kim, que não soube como corresponder. Até as sobrancelhas dele, erguidas, eram desafiadoras. A reação do outro garoto foi sair do transe, piscando e tropeçando pra longe da área VIP, com o primo no seu encalço.
Park havia olhado pra ele como se o provocasse. Como se verdadeiramente o enxergasse e o provocasse. E Namjoon absolutamente não sabia como lidar com isso.
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oi! me atrasei um pouquinho pra att dessa semana (eu esquecikkkkkk) espero que estejam gostando... até o próximo!
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bluequarantine {minjoon}
Fanfickim namjoon via park jimin como arte. no entanto, nem sempre a nossa percepção sobre uma peça é a realidade do autor. [minjoon-angst-shortfic]