Psychopath's Prey

Prólogo

Ella

O suor escorre pelas minhas costas enquanto inalo o cheiro de lavanda e
rosas, e minhas pernas me levam mais e mais para o campo. Os únicos
sons que ouço são os meus pés batendo no chão e os meus goles de ar
enquanto coloco toda a minha energia, ou o que restou dela, na corrida. Eu
ignoro minha bexiga, e com a fome quase torna-se impossível de se mover, muito menos lutar.
Eu não posso deixá-lo me pegar, isso significará que ele venceu.
Não notando a mancha úmida e escorregadia na minha frente, eu caio
de bunda, enviando dor através do meu corpo. Mordendo o lábio, permito
que o gosto metálico do sangue entre na minha boca seca que não tinha
água nem nada para beber por dez horas seguidas.
Talvez eu não devesse ter sido tão teimosa.
Colocando minha mão no chão, olho para baixo, estudando os dedos
ensanguentados e as unhas grossas sobre eles enquanto me pergunto se a
fuga e o futuro valem a pena.
Lentamente, botas de couro preto aparecem bem debaixo do meu nariz
enquanto a risada sádica de um homem ecoa pelo campo.
— Cabeça quente, não é? Você me deu muita luta por sua vida.
Ele se ajoelha e agarra meu queixo, enquanto luto por causa do seu
aperto, mas é inútil.
Minha força não é nada contra a dele.
Levantando meu queixo, nossos olhares se chocam e eu não posso
deixar de choramingar em desespero enquanto seu rosto desmascarado me
lembra mais uma vez da tola que eu fui.
Porque durante todas as semanas de perseguir o psicopata, eu nunca
previ que seria ele.
E agora ele veio para coletar a coisa mais valiosa que tenho para
oferecer.
Minha vida.
— Você é minha agora, Ella. O caçador venceu sua presa — ele
murmura, enquanto se inclina e lambe o sangue dos meus lábios.
Parte de mim sente muito por tudo que ele teve que suportar na vida e
que o levou a isso.
Não que isso importe.
O final será sempre o mesmo.
Ou eu vou matá-lo, ou ele vai me matar.
Até que a morte nos separe, afinal.