Psicopata
9 anos de idade
—Sério, Matt, o que você coloca nessa carne? É gostosa pra caralho!—tio Bill geme em torno de sua mordida do hambúrguer,enquanto tia Hetty o repreende:—Sem palavrões na frente das crianças—ela envia um sorriso de desculpas para a minha mãe, que serve mais chá gelado para os convidados. —Desculpe,Margaret. Ele é um bruto.Minha mãe usa um de seus melhores vestidos cor-de-rosa que faz com que seus mortos olhos verdes brilhem a maior parte do tempo, não que alguém perceba.Afinal, ele escolheu pessoalmente para ela.—Tudo bem—ela tranquiliza, mas rapidamente olha para o papai, que vira a carne na grelha a poucos metros de distância de nós. Ela deve estar satisfeita com o que viu, porque muda seu foco para mim enquanto desliza um prato cheio de batatas fritas na minha direção. —Aqui para você, querido. Divirta-se com seus amigos—ela passa o dedo suavemente pelo meu cabelo e me cutuca na direção da piscina, onde todos os vizinhos estão brincando. Gideon e Alp já estão lá, acenando freneticamente para mim da água enquanto saltam na boia.Este encontro foi organizado pelo meu pai, que convidou os vizinhos para celebrar o primeiro dia de verão juntos, uma espécie de tradição. Como ninguém cozinha melhor do que meu papai, todos concordaram ansiosamente.Ele tem uma fachada para manter, afinal, ele gosta de dizer à minha mãe que ninguém jamais acreditará nela se for à polícia ou aos amigos. Ele a levará para a clínica psiquiátrica com um distúrbio mental e receberá a custódia de seu “bastardo”. Nós não interagimos muito com eles de qualquer maneira, a menos que seja sob o olhar atento do papai. Todo mundo acha que a mamãe prefere ficar em casa e não fazer nada.Eu ouvi algumas mulheres sussurrarem que a mamãe acha que é muito boa para ser amiga delas.Sacudindo minha cabeça da memória ruim, eu praticamente salto quando penso em mergulhar na água. Eu mastigo as batatas fritas e o prazer se espalha através de mim, já que eu não tive nada além de sopa e arroz em mais de um mês depois da última punição da mamãe. De repente, a voz do Tio Bill me congela no local.—Matt, Alp disse que seu filho não sabe nadar ou prender a respiração debaixo d'água?Papai interrompe seus movimentos, seus lábios diminuindo, mas mantém seu sorriso intacto enquanto levanta sua sobrancelha. —Mesmo?O tio Bill acena, aproxima-se e dá um leve soco no ombro dele. —Que tipo de pai você é que seu filho não sabe como fazer isso? Você tem ficado frouxo—todo mundo ri coletivamente e eu relaxo um pouco.Papai não está zangado, o que é sempre uma coisa boa, mas com seu humor, mamãe e eu realmente não sabemos o que vai zangá-lo.Com alívio, junto-me aos meus amigos, que falam sobre jogos no PlayStation e viagens na Disney enquanto ouço ansiosamente, já que não tenho nada além de livros para ocupar meu tempo.Mesmo desenhos animados são estritamente proibidos, porque eles tiram o tempo de papai dos canais de esportes.—Vamos acampar este fim de semana com o papai—diz Alp, enquanto Gideon acrescenta: —Eu também—então ele joga água em mim e eu me afasto, grato por não manchar minha camisa favorita. —Você vem com a gente?—ele pergunta esperançoso, mas apenas balanço minha cabeça.—Eu não gosto de sair—essa é a desculpa que sempre dou a todos, que nada além da escola me interessa, e não é difícil acreditar com meu nariz constantemente em um livro. Nos dias ruins,me pergunto por que eles ainda são meus amigos e me compram sorvete se eu não puder comprar.E não posso na maior parte do tempo, porque não há dinheiro para gastar.O resto do dia passa com comida saborosa, bons momentos e água morna, enquanto o tio Bill me ensina a nadar e mergulhar.Uma vez que papai fecha a porta depois que seu último convidado sai, ele coloca a palma da mão aberta na porta, e a respiração da minha mãe engata quando o vemos tremer com fúria mal contida.
Ela me empurra na direção do meu quarto, mas ele se vira rapidamente, me agarrando pela nuca. Eu sufoco um gemido de dor na garganta porque ele não gosta deles, e ele grita na minha cara: —Você gosta de me insultar, bastardo, assim como sua mãe prostituta, hein?Ele está me arrastando pela sala de estar enquanto mamãe bate em suas costas, implorando:—Solte ele, Matt.Ele não escuta e a joga no chão com seu braço musculoso enquanto continua a andar.—Mamãe?—eu chamo, sem saber o que fazer enquanto o medo corre pelas minhas veias. Eu nunca tive sua raiva dirigida a mim antes. Ela estava sempre lá para intervir. Uma das razões pelas quais ele sempre implicava comigo era porque sabia que ela sempre me protegeria e nunca o deixaria me machucar.—Tio Bill é sua pessoa favorita agora, né? Bem, vamos ver o que ele ensinou a você—com isso, acabamos no banheiro do térreo. Ele liga a água na banheira e me pega, só para que eu caia dolorosamente nas minhas costas enquanto a água espirra ao meu redor. Está gelada, encharcando minhas roupas instantaneamente, e eu tento me sentar, mas ele aperta meu peito, me mantendo no fundo, enquanto murmura: —Vamos ver quanto tempo você pode ficar aí em baixo.Todo o meu rosto e ouvidos estão debaixo da água, então eu prendo a respiração, mas é difícil de respirar, tão difícil que me movo freneticamente, desesperado para encontrar uma fuga dele, mas não consigo. Ele me puxa para cima então, e eu engulo o máximo de ar possível, mas depois ele me empurra de volta para baixo. Eu sufoco embaixo da água, meus pulmões queimando por falta de oxigênio. Ele repete a ação, levantando-me e me empurrando mais cinco vezes antes de se levantar, enxugando as mãos com uma toalha enquanto agarro as bordas da banheira, respirando freneticamente e finalmente conseguindo expulsar a água.Meu corpo está quase paralisado do frio, somente a adrenalina me mantêm acordado, mas tenho que sair daqui antes que ele volte.Lágrimas misturadas com água escorrem pelas minhas bochechas, e escondo meu rosto dele, não querendo dar a ele a satisfação, mas ele ri quando sai do banheiro. —Que seja uma lição, rapaz.Uma lição.Tudo é uma lição com meu pai.Mamãe corre para dentro, pálida como um fantasma, e noto uma marca vermelha em sua testa, onde deve ter batido na mesa com a cabeça. Essa é a coisa favorita dele. Ela cambaleia um pouco quando vem a mim, provavelmente ainda tonta de sua ferida. Ela me envolve em uma toalha e me balança de um lado para o outro.Ela murmura baixinho no meu ouvido: —Meu bebê, meu pobre bebê —enquanto inalo seu cheiro, acho que está tudo bem, porque ela está aqui para me proteger do monstro.Nova Iorque,
Junho de 2018
Psicopata
Ella rola e fica de costas para mim, deitada de lado, e se cobre com um cobertor da cabeça aos pés. Ela respira de maneira uniforme, embora esteja provavelmente morrendo por dentro.Afinal, apesar de suas alegações, seu corpo se rendeu a mim, mesmo que sua mente nunca possa me aceitar, seu corpo sabe quem foi o seu dono durante o último mês.Todo esse tempo, enquanto imaginava sequestrá-la e apresentá-la a todos os meus desejos doentios -que por alguma razão quero desesperadamente infligir nela -nunca pensei que,uma vez que ela estivesse aqui,tudo que eu quereria fazer era levá-la para longe.Minha escuridão exigia ser vista por ela, porque ela dizia que me amava. Mas pela primeira vez na minha vida, minha escuridão não precisava de dor, precisava possuir.O dano que causei em sua linda pele é mínimo. Claro, vai doer, então ela vai lembrar de seu desafio, mas é apenas isso. Eu nunca poderia machucá-la mais do que isso, e isso irrita uma parte de mim.Fingir um relacionamento com ela fazia parte do jogo e certamente me entretinha. Precisava aprender suas fraquezas, fazê-la se apaixonar por mim primeiro para que eu pudesse aproveitar tudo isso. Em alguns dias foi difícil agir como um idiota apaixonado, mas se isso me traria a vitória. Então eu não me importava.Agora, no entanto,não me sinto tão bem com a minha vitória, porque, embora seu corpo estivesse ali, mentalmente, Ella não estava.Quem diabos eu me tornei?O nojo toma conta de mim quando me levanto, colocando meus jeans e puxando meu cabelo, lembranças desagradáveis entrando em minha mente.
A besta dentro de mim ruge para sair, e preciso estar longe dela para esmagar essas emoções confusas que são tão estranhas para mim.Agarrando outro cobertor da cadeira, eu a cubro com ele, embora seus olhos estejam fechados, sei que ela está acordada.Com um último olhar, fecho a gaiola atrás de mim e volto para casa,onde o furioso inferno dentro de mim pode se acalmar.Embora eu tenha uma suspeita de que nada mais será o mesmo.Ella
Acordando grogue mais uma vez, sento-me rapidamente, apenas para ser lembrada do quanto meu corpo está dolorido depois do que Harry fez, e sinto repulsa pelo meu corpo disposto.Como eu poderia ter permitido isso?Eu removo o cobertor e me vejo vestida com um vestido branco de flanela que atinge meus tornozelos. A corrente está próxima. Eu estou livre dela. Um zumbido vem de cima de mim, e a torneira lentamente pinga, o que me dá nos nervos, então faço tudo que posso para bloquear o som dos meus ouvidos.Eu me levanto, olhando em volta, mas não vejo Harry em lugar nenhum.Ele me deixou sozinha em seu porão! Chego mais perto da gaiola e puxo as barras, mas elas não se movem. Eu me ajoelho na frente da fechadura, estudando a pequena abertura ao redor.Procurando pela minha pequena prisão, tento encontrar qualquer coisa que me ajude a sair daqui, mas não encontro nada. Se eu tivesse um sutiã,poderia ter usado o metal de lá, mas ele teve que me sequestrar no meio da noite.Gritando de frustração,chuto as barras, só para ter dor viajando por meu joelho, e eu murmuro:—Ai.Toco a parede, esperando que haja uma abertura nela, mas não tem nada lá também.O mesmo com o chão, tem tanta pedra que seria impossível cavar.Meus dedos estão vermelhos e inchados de procurar constantemente por um meio de fuga, e minha garganta está seca, embora eu ignore a comida e a água que ele deixou para mim na mesa.
Comer e beber significa concordar com seus métodos ou aceitar sua generosidade, e eu não farei isso.Eu tento mais algumas vezes me espremer entre as barras, para gritar por ajuda, para encontrar uma saída, quando finalmente me atinge, não há como fugir daqui.Com um grito silencioso, eu me ajoelho na frente das barras, apertando-as com força enquanto meu corpo treme com soluços.—Pense, Ella, pense —murmuro para mim mesma, precisando desesperadamente ouvir minha voz para não enlouquecer. —Como você pode dar o fora daqui?Lentamente, volto para o colchão e sento lá, balançando para frente e para trás, até a ideia surgir em minha cabeça.E com isso eu adormeço.
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Psychopath's Prey
TerrorUma vez ela se tornou minha. Minha caça. Uma psicóloga Criminal; Um serial Killer. O amor entre eles não deveria existir. Isso é o que o mundo pensa e diz. Sua missão é encontrá-lo. Sua única obsessão é levá-la. O Caçador e a presa. Deixe os jogos c...