Capítulo 22

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Psicopata

18 anosde idade

Puxando o carro para a área isolada do armazém do Sociopata, eu desligo o motor enquanto minhas mãos apertam o volante com mais força, meus lábios doendo pela força que os mordi para que nenhum som escapasse deles.—Por que você me trouxe aqui, garoto?—Matt pergunta, se mexendo desconfortável, mas curiosamente olhando pela janela.—Queria te mostrar uma coisa—eu mal me contenho de quebrar o pescoço dele ali mesmo, e mantenho minha voz nivelada, assim não haverá nem mesmo uma sugestão da emoção correndo por mim.Sua boca se espalha em um sorriso enquanto seu peito se eleva em orgulho. —Esse é o meu menino. Conseguindo presentes para o seu velho—ele diz orgulhosamente, e sai do carro, ainda exibindo um sorriso.Que idiota.Como as forças da lei não tinham muito sobre ele, apenas um único ataque, e seu ótimo comportamento e capacidade de enganar as pessoas, ele acabou na cadeia por apenas alguns anos e depois foi libertado.Eu destruí metade da sala quando a notícia chegou a Suzanne, que rapidamente fez as malas e levou Kim, fugindo da cidade. Eu duvidava muito que ele fosse atrás delas, porque as autoridades ficariam de olho nele.Eu recebi ofertas da academia de polícia e tinha todo o meu futuro pela frente. Eles me aconselharam a sair também e nunca olhar para trás.Mas como eu poderia, enquanto soubesse que ele voltaria aos seus velhos hábitos? Ele encantaria uma mulher sem noção que seria estúpida o suficiente para se apaixonar por ele, e transformaria sua vida em um inferno.
Ele vai andando de um lado para o outro e eu tento me concentrar em respirar, lembrando de todos os ensinamentos sobre tortura, mas não sinto nada.Eu não quero brincar com ele. Não quero mostrar minha arte para ele. Eu não quero ver a emoção em seus olhos quando ele ver o que me tornei, porque esse era provavelmente seu único objetivo.Me deixar tão fodido quanto ele é.Então, com isso vem uma decisão, enquanto eu grito da janela do carro: —Matt, volte. Mudança de planos. Eu tenho uma surpresa para você em casa.Ele franze a testa, não gostando muito, e abre a boca para protestar, mas é quando eu tenho o suficiente.Eu o encaro firmemente, e ele pisca e rapidamenteentra. —Que tipo de surpresa?—pergunta, mas eu o ignoro, não sentindo mais a necessidade de fazer parte dessa charada.Vamos terminar onde tudo começou.Na porra da casa onde minha mãe se matou.

Nova Iorque,

Junho de 2018

Ella

Andando pela sala de um lado para o outro, eu me pergunto onde ele estara por tanto tempo. Ele não saiu do meu lado nos últimos dois dias, e pensei que talvez pudesse convencê-lo a mudar de ideia, mas agora entendo que pensei com a mente de uma mulher apaixonada, não de uma psicóloga que sabe mais.Pessoas como ele não mudam, estão muito quebrados pelo passado para ir além disso. A maioria se fortalece através de suas experiências, mas alguns usam essas experiências para definir e se perder nesta vida.O som da porta se fechando me tira do meu estupor e eu ando até a sala de estar e ofego em choque.Harry tem um homem no ombro. Ele o joga no chão e coloca um código de segurança no teclado da parede para que ninguém entre ou saia. O homem está inconsciente, um corte na bochecha vazando gotículas de sangue.
Meu primeiro instinto é ajudá-lo, então dou um passo em sua direção, mas o duro “não”de Harry me impede no meio do caminho.Ele agarra meu cotovelo dolorosamente e eu estremeço, mas ele ignora e me arrasta para o final do corredor, para o lugar onde ele nunca me permitiu entrar.Ele aperta um cartão-chave perto da porta e ela se abre instantaneamente. Ele me joga lá dentro e eu mal consigo me impedir de cair.O que deu nele?Só então as telas de computador mostrando diferentes ângulos de seu porão de tortura se registram em minha mente. Ele aperta meu ombro, me obrigando a sentar na cadeira em frente às telas, me dando uma boa visão do que vai acontecer.—Harry... —ele pega algemas e me prende na cadeira, então eu não posso sair, mesmo se quiser.—Você vai ficar aqui e ver em primeira mão como é quando eu torturo um homem—ele coloca uma pasta azul sobre a mesa, latindo:—Você pode ler todas as informações que tenho sobre ele enquanto eu o preparo.Então é assim que ele vai me tratar por contar a verdade?—Não faça isso, por favor—eu prometi a mim mesma que não iria implorar, mas o que mais resta?Por favor, não me faça passar por isso. Não me faça ver essa parte sua que destruirá para sempre minhas ilusões sobre você.No final do dia, a vida me faz enfrentar a dura verdade.Não importa se você entende de psicologia ou não. Quando você ama um homem, espera que ele melhore ou mude.Mesmo se você sabe que ele nunca mudará.Ele se inclina para mais perto de mim, para que fiquemos a apenas um centímetro de distância um do outro, então ele diz:—Sem ilusões, Ella. Você vai ver quem eu realmente sou.Com isso, se vira e me deixa sozinha enquanto fecho os olhos e rezo para que ele mude de ideia.Porque nesta pequena sala com os dez monitores e equipamentos de alta qualidade, será impossível me esconder da verdade.E temo que a verdade possa me destruir.Abrindo a pasta, vejo que o homem é Mark Dacke, um médico que foi casado com a esposa nos últimos vinte anos.
Eles têm um filho pequeno e, com base em fotos no primeiro bolso, você acha que não poderia ter visto uma família mais feliz.Tudo muda no minuto em que você vira para outra página, um relatório feito por Harry.Tratamento médico. Os olhos assombrados de sua esposa e filho. Gritos no meio da noite. Ele deve tê-los espionado, já que estas são suas anotações.Jogando de volta na mesa, eu cubro meu rosto com as mãos e me pergunto o que ele vai fazer com ele.Em crimes anteriores, ele não tinha que provar nada para mim, e ele não sabia toda a verdade sobre seu pai biológico. Agora, porém, toda essa raiva contida explodirá sobre esse cara.O médico é inocente? Claro que não. Mas não é o direito de Harry se proclamar juiz de pessoas más. Ele poderia ter passado a vida pegando pessoas como esse cara e deixando o sistema de justiça cuidar do resto.Essa é a coisa certa a fazer.Mas como posso explicar isso para ele?

Psicopata

Espalhando água no filho da puta, eu o vejo engolir em seco enquanto o sangue escorre de vários cortes de facadas que eu infligi, e ele mal levanta a cabeça, exausto por causa de uma hora de tortura.Este é mais resistente que a maioria. Ele não pediu misericórdia por uma hora antes de finalmente ceder.Todos eles cedem, afinal.Observando-o agora, sei que é hora de passar para o meu estágio final das coisas e abri-lo, mas não consigo.Sei muitas coisas para fazer uma pessoa sentir arrependimentobde ter nascido alguma vez. Metade delas eu nunca usei, porque não tinha nem paciência nem desejo de gastar tanto tempo com a vítima.Mas talvez seja uma boa oportunidade para mostrar a Ella com quem ela está lidando.Eu pego as soqueiras de metal, e estou prestes a bater nele, quando o rosto de Ella aparece em minha mente, o medo em seus olhos do que ela vai ver, e não posso continuar com isso.
Pelo amor de Deus! Eu não deveria estar em conflito. Eu não deveria pensar nela. Ela não é nada além da presa.Mas meu ego egoísta a considerará minha, e por mais estranho que seja o conceito para mim, eu não quero magoar o que me pertence.Agarrando-o pela camisa, eu o coloco na mesa e prendo-o a elabenquanto desligo as câmeras, para que ela não tenha que ver o gran finale da minha fome.Eu acho que ela já teve o suficiente.E pela primeira vez, matar uma pessoa não me tira da realidade. Em vez disso, me lembra que essa é a palha que irá fazer o circo pegar fogo.

Psychopath's PreyOnde histórias criam vida. Descubra agora