CAPITULO 08

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Nova Iorque,
Maio de 2013

Ella

Gritos altos entram em erupção quando eu pulo no palco e aceno para
todos enquanto o chefe do Departamento de Polícia de Nova York segura o diploma para mim, um sorriso brilhante no rosto. — Você merece, garota.
Foda-se sim, eu mereço!
— Obrigada — respondo, e rapidamente desço enquanto Chloe e Simone batem palmas como mães orgulhosas cujo filho finalmente se formou.
— Relaxem, garotas.
Elas me abraçam instantaneamente, e então Chloe sussurra em meu
ouvido:
— Você está quase lá — prazer se espalha através de mim enquanto eu
a aperto mais forte e olho para cima, esperando que meus pais estejam
orgulhosos de mim.
Através de todas as noites sem dormir trabalhando na cafeteria local,
enquanto estava me preparando para o mestrado e depois frequentando a
academia de polícia sem ninguém do meu lado, a única coisa que me
manteve firme foi saber que vou fazer algo de bom para a comunidade.
Que eu vou conseguir parar aqueles monstros que tão descuidadamente
destroem todas aquelas vidas que merecem o melhor.
— Agora precisamos te tirar do lixão em que você mora. — Simone franze o nariz, uma expressão horrorizada cruzando seu rosto enquanto imagina meu estúdio na periferia da cidade com o aluguel mais acessível.
— Eu não posso agora. Preciso terminar meu estágio com o FBI, e só então eu posso encontrar um emprego para pagar um lugar decente. — ouvi de uma garota que trabalhava lá que intercederia a meu favor mais tarde se eu estagiasse com eles, então é essa a minha intenção.
Chloe e Simone balançam a cabeça em descrença. — Você tem alguma
poupança?
Eu aceno, não querendo revelar meu segredo.
Principalmente, eu ajudo um investigador particular com seus casos quando ele precisa descobrir se o cônjuge está traindo ou quem está
roubando. Não se usa muita psicologia, mas, pelo menos, me dá experiência
no trabalho de investigação e paga as contas bem.
Além disso, eu principalmente tiro fotos ao seguir pessoas, e há uma emoção inconfundível em segurar uma câmera profissional em suas mãos e deixar a beleza sair dela.
Às vezes, à noite, pensamentos me vêm a mente, como imaginar o que teria sido se eu tivesse escolhido o fotojornalismo como minha profissão do jeito que sempre sonhei. Mas esses momentos são raros, e olhar para a foto da minha família é suficiente para me lembrar que agora minha carreira tem um propósito.
— Ok. Então vamos para a minha casa, pedir pizza e tomar um pouco de vinho — elas engancham seus braços nos meus, enquanto me arrastam na direção da saída, provavelmente pensando que podem esconder suas
intenções. É o momento em que todas as famílias começam a tirar fotos,
aproveitando seu tempo, e minhas amigas querem me poupar de emoções pungentes.
Um sorriso triste puxa meus lábios enquanto eu as aperto e agradeço a
Deus que, apesar de todo o fodido resto, ele me deu minhas amigas e minha
carreira.
De alguma forma, isso terá que ser suficiente para o resto da minha
vida.

Um ano depois

— Sinto muito, mas você não pode ser uma agente — as palavras são como água fria sendo derramada sobre mim.
Engolindo o ressentimento na garganta, pergunto:
— Por quê?
O homem sentado atrás da mesa me observa com cuidado, como se
pesasse as próximas palavras. Mas então ele exala pesadamente.
— Verdade seja dita, Ella, você seria perfeita. Você tem um diploma,
experiência de academia de polícia, estágio, recomendações e você é
inteligente. Sem mencionar que você foi uma das melhores da sua turma.
— Mas? — não preciso de seu longo discurso sobre eu ser boa. Eu já sei
disso de qualquer maneira. Mas por que esse homem permitiu que outros
estudantes recebessem seus distintivos e depois me tirou da academia?
Será que ele percebe que acabou de esmagar o futuro pelo qual trabalhei
tão desesperadamente?
— Você não é mentalmente adequada para este trabalho. Seu passado... — ele respira fundo, sua voz se tornando gentil. — Isso vai te deixar emocionada no trabalho. Pode desencadear memórias. Com você, há sempre um risco. Você não passou no teste.
Sim, eu falhei em apenas uma pergunta: quando me perguntaram como me sentia sobre o que aconteceu comigo.
Talvez eu tenha me emocionado um pouco, mas como eles puderam me
tirar?
— Essa é sua decisão final?
Ele balança a cabeça e eu pego meu arquivo.
— Obrigada por nada, então. Adeus.
Eu abro a porta para dar o fora deste lugar antes que as lágrimas
escorram, quando a voz dele me impede.
— Se serve de consolo, acho que você teria sido uma ótima agente. —
uma batida de coração passa. — Ninguém pode superar o próprio passado.
Sim? Bem, porra, me observe.

Psychopath's PreyOnde histórias criam vida. Descubra agora