Capítulo 66

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Acordei me sentindo cansada e fui ao banheiro. Me troquei e fiz um sanduíche para comer. Fui até a sala e liguei a televisão, quando meu celular começou a tocar.

- Bruna? Por que tá me ligando essa hora? São quase sete horas da manhã. -

- Aish! É verdade. - Ela riu - Eu me esqueci que agora você mora na Coréia... enfim... você tem que ir pra faculdade? -

- Ainda não. Por que? -

- Nada... pra saber. Como estão as coisas por ? - Suspirei

- Mais estranhas do que você imagina. É surpresa que minha mãe não tenha falado nada pra vocês ainda. -

- E ela vai vir falar o que? Se ela por um dentro da minha casa eu soco a cara dela. Ah, eu sei que ela é sua mãe, mas eu pouco me ferrando. - Eu ri - Mas... o que está estranho? -

- Ai Bru...quando você vem pra cá mesmo? -

- Daqui um tempo... -

- Tá. São coisas que eu preciso te dizer pessoalmente.. -

- Você me deixa curiosa! Por que não diz que sei , ah tudo normal em vez de me fazer esperar pra saber? -

- Ai, tá bom! Agora já foi. -

- Ok. Bom... acho que você precisa ir. Beijos! -

- Beijos! -

- Ah não desliga! -

- Que foi? -

- Você ainda com a pulseira? -

- Claro. -

- Ótimo, porque eu perdi a minha. Desculpa. - Ri

- Tá. Tudo bem. -

- Ufa. Agora tchau! - desligou e eu calcei meus tênis. Peguei minha mochila e a câmera e saí. Hoje teríamos aula prática, o que significa que nossa turma vai para algum lugar, talvez no meio do mato, pra tirar foto do mato.

- Bom dia. - cumprimentei o senhor da recepção

- Bom dia! - Ele sorriu e eu saí. Chegando lá vi Lidy sentada mexendo no celular.

- Oi! - Falei me sentando ao seu lado

- Oi. Parece feliz. O que aconteceu e por que você faltou antes de ontem? Eu esqueci de perguntar. -

- Ah, eu Tava com alguns problemas. -

- Alguns você quer dizer tudo o que tá acontecendo na sua vida ultimamente? -

- Exato. -

- Bom, parece recuperada. -

- Em partes. - Sim, eu estava recuperada; mas não totalmente. Por mais que eu estivesse muito mais feliz ainda tinha medo de que Hoseok me abandonasse de novo.

- Hm. Ai, que merda. Hoje é dia de aula prática. Adivinha aonde nós vamos? -

- Pro meio de um mato que fica a vinte quilômetros do centro de Seul? -

- Não. A gente vai fotografar o bairro mais esquisito, com as casas mais grandes e esquisitas de Seul. -

- Ah para, isso é melhor que ir pro mato. -

- Quero ver você dizer isso quando chegar lá e tiver que fotografar trinta casas com cores tão escandalosas que vão fazer seus olhos se derreterem e sangrarem. -

- Você é muito exagerada. Casas coloridas? O que tem de mais? -

- Não são "casas coloridas" apenas Anne. São casas grandes, neons, de três ou quatro cores diferentes, com os quintais cheios de árvores e placas coloridas. Ah eu queria dar um soco na cara do idiota que resolveu começar com esse bairro onde só tem casas ridículas e que te fazem pensar por que você está sendo obrigado a ir lá fotografar. Mas... você acertou que elas ficam quase vinte quilômetros do centro de Seul, graças ao bom Deus. - Ri

- Tá. Agora vamos. - Falei e ela se levantou me seguindo pra dentro da sala. Depois de o sino tocar todos nos reunimos e fomos divididos em turmas para irmos de ônibus. - Vem senta aqui. - chamei Lidy para que ela se sentasse do meu lado.

- Cara, isso é um castigo? Deus o que eu fiz pra merecer isso? - Ela resmungava

- Acho bom você não perguntar, porque ele vai responder. -

- O que quer dizer com isso? -

- Nada. - Ela se virou pra me encarar

- Pra sua informação, eu sou bem comportada. -

- Imagino. -

- Hm... quer saber a minha maior travessura? -

- Não. -

- Tanto faz. A minha maior travessura foi pular pelada em um lago que estava com uma temperatura de quatro graus. -

- Cala a boca! - Ri - Mesmo sendo uma coisa bem louca, acho que não foi sua maior loucura. Mas por favor, não me fale qual foi realmente a maior. -

- Ok. - Ela sorriu torto e se reencostou no banco. Depois de um pouco mais de meia hora chegamos a um bairro realmente horrível

- Lidy... acorda chegamos! -

- Hm... você tem uma faca? - Ela perguntou sonolenta sem abrir os olhos

- An? Mas por... não. -

- Que pena. Queria me matar. -

- Para, é melhor você ficar cega do que se matar. -

- Bem, verdade. Vamos ao inferno colorido. - Ri e descemos do ônibus

- Isso é realmente um inferno colorido. - Falei tirando a maquina fotográfica de dentro da bolsa. Depois das instruções começamos a fotografar as casas. Depois de cerca de uma hora voltamos pro ônibus.

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