Capítulo 5 - Escuridão

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"Aprendi que o coração não para de bater por mais ferido e desritmado que esteja."

Florboleta – GP

Quase dois meses já se passaram desde que cheguei à Nova York. E por mais que eu tente me livrar do Nicholas não consigo, ele simplesmente resolveu grudar em mim como cola. Sério, acho que nunca fui mais insuportável do que estou sendo e ele continua como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Algumas vezes consegui fugir da carona dele, mas somente na hora de ir embora por que sempre que saio do meu prédio ele já está plantado na entrada. Será que ele dorme dentro do carro, para não correr o risco de me perder? Quer saber, o que ele faz não me interessa!

Hoje darei um jeito de fugir dele quando for embora. Estou precisando de roupas e lingeries novos, e nunca entraria em uma loja de departamentos com ele do meu lado. Já imaginou a infinidade de piadas sem graça que ele faria? Sem chance!

Você deve esta se perguntando: e o Alexander? Bem ele veio me ver algumas vezes, e enviou outras tantas dúzias de rosas. Mas sempre que ele vem aqui ou o Nick aparece ou me liga, é estranho. Acho que essas "coincidências" se chamam Emma e Khaila. Ninguém tira da minha cabeça que elas estão bancando as vigias pra ele. Era só o que me faltava!

Entretanto confesso que o Alexander não era nada do que eu imaginava. No começo ele até forçou um pouco a barra nas cantadas, porém sempre me trata com respeito e carinho. Nunca ultrapassou os limites, e eu gosto da companhia dele. É bem fácil de conviver, tem um senso de humor negro ótimo, além de ser um colírio aos olhos.

Não sei por que a Khaila se esconde toda vez que ele vem, quando precisa de algo e ele esta na sala, ela liga e não vem pessoalmente. Acho que ela está me escondendo algo.

Ouço uma batida na porta e Khaila entra.

– Eu queria saber o que você tem que faz esses homens correrem atrás assim. Chegou outro presente do senhor Kalasnikov. O Nick não vai gostar nada disso. – ela fala me entregando uma caixa muito bem embrulhada.

– Para sua informação, já disse à Alexander que não mandasse mais presentes, no entanto parece que ninguém me escuta mais. E o Nicholas não tem que gostar ou desgostar de nada. Não devo satisfação à ele. – digo abrindo a caixa. – E antes que eu esqueça, Emma e você têm que parar de serem as espiãs dele. São minhas amigas e não dele.

Quando o embrulho é desfeito vejo uma caixa de Lindl Petit Desserts, bombons suíços deliciosos, mas tão caros que penso dez vezes antes de compra–los.

– São bombons Petit, maravilhosos só não sei onde dói mais: na balança ou no bolso.

Ela me olha com tristeza. Estou começando a achar que esse tratamento dela com Alex não tem nada haver com medo.

– E o que ele disse no cartão?

– "Passei em uma Délicatesse, vi eles e lembrei–me de você. Espero que adoce seu dia. Com amor, Alex.". Eu amo chocolate, não se como ele adivinhou. – tiro dois bombons da caixa, dando um à Khaila e colocando o outro na boca. Realmente esses bombons são divinos.

– Acho que está realmente gostando de você. – ela me dá um sorriso que não atingi seus olhos.

– Ele gosta sim, mas não como você está pensando. Somos amigos, cada dia que passa me surpreendo com ele. Não era nada do que imaginava.

– Se você diz. Só sei que depois desse bombom terei que ficar meia hora a mais na esteira. – a tristeza que vi antes nela já foi embora.

– Eu que o diga! Khaila antes que eu esqueça veja com a secretária do Nicholas se ele estará disponível hoje. Tenho uns documentos que quero que ele dê uma olhada, e gostaria de leva–los o quanto antes. Ninguém pode escutar a conversa que terei, e as paredes aqui são muito finas.

Reencontro Sombrio - RenascidoOnde histórias criam vida. Descubra agora