Tempos e momentos

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Sentado na calçada de sua casa

Casa antiga, sem decoração, sem enfeites, sem exageros modernos

Ele via, com um sorriso escondido no rosto

Como era duro deixar o tempo passar.

Tantos anos, tantas memórias, tantas lembranças

Sentimentos que uma folha de papel não consegue descrever.

Sim, ele escrevia.

Escrevia longas e belas palavras que chamamos de poesia.

Descia pela manhã, sentava na calçada de sua casa cheia de histórias

E escrevia.

Ele queria alguém para conversar, então conversava com a poesia, melhor amiga.

A televisão que ganhara do neto, já empoeirada

e nunca ligada

Não via necessidade de ver imagens paradas e momentos passados.

Era por isso que ele descia pelas manhãs

Para ver e assistir novas histórias, novos amores, novos momentos

Pessoas apressadas, mas sem um destino ao certo

Quanto tempo o tempo tem?

Pra ele o tempo não era feito de tempo, e sim, de momentos.

Ele era meu avô.

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