Capítulo Cinco

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 – Acredito que satisfarei sim... – Ele amplia mais seu sorriso malicioso no rosto quando o respondo. –  ...sou uma funcionária esforçada e dedicada, não vou decepcionar o senhor com meus serviços, garanto! – Termino de falar e posso ver que seu sorriso diminui e seu corpo fica um pouco rígido.

 Eu não posso perder esse emprego, o salário é ótimo, e exerce em uma área que amo e escolhi para poder viver e me sustentar. Deixar com que o estranho – Opa, Senhor  Altherr – e  aquela noite acabasse com meu sonho de trabalhar aqui seria ridículo. Está certo que vê-lo com roupas sociais – agora sem o paletó, mostrando mais ainda a definição daqueles músculos que já toquei e senti – está deixando uma das minhas partes uma verdadeira cachoeira. Também era evidente pelo jeito que me olhava e falava tudo em duplo sentido, que queria terminar o que deixamos pendente.

 O Sr. Altherr –, era incrível como soava esquisito chamá-lo assim, estranho gostoso soa muito melhor – me olha por longos minutos, até que balança a cabeça e volta a se sentar em sua cadeira, apontando para a que eu estava segurando minutos atrás. Soltei minha respiração que eu nem sabia que estava segurando, até aquele momento. Me sentei, agradecendo aos céus por ele entender o meu recado.

 – Muito bem, Srta. Mendes ou preferi Cavicchioli? – me pergunta com expressão séria e voz fria.  Esse tratamento, não sei explicar, causa um soco no meu estômago. Você preferiu assim, Mel, era para ficar relaxada. – Mas é um fato que qualquer um no meu lugar não conseguiria relaxar diante daquele olhar intenso, que arriscaria dizer que só o Sr. Jonathan Altherr têm.

 – Cavicchioli. – Respondo com voz controlada.

  – Muito bem, Srta. Cavicchioli – Olha para o computador e começa a ler minha ficha. – Pelo que vejo aqui, esse é seu primeiro trabalho exercendo a área, então sejamos simples em seu primeiro dia. Basicamente você verá minha agenda, marcará todas as reuniões, atenderá telefonemas e já que aqui é o topo da empresa, serão importantíssimos. Me acompanhará em reuniões e se possível em algumas viagens. – AI.MEU.DEUS, pensar em nós dois em uma viagem e em um hotel já me deixa perturbada. – Não aceito falhas, Srta. Cavicchioli – Volta a me encarar e a falar com sua voz rouca, que me deixa toda arrepiada e em alerta. – Se houver uma falha, será punida. – Não sei porque mas a punição dele não parecia nada ruim, na verdade era o que eu queria: Falhar e ser punida pelo desconhecido agora conhecido. Se concentra, caramba!

  – Não irei cometer nenhuma falha, senhor. – Descruzo e cruzo as pernas, ganhando outro olhar intenso, queimando pelas minhas coxas. Deveria ter trazido uma calçinha de emergência. Vou adicionar isso aos meus itens de trabalho. Qualquer funcionária desde prédio que se preze deveria ter uma em suas bolsas, afinal, com um chefe desses sempre tem que andar preparada, principalmente eu. 

 – Espero que isso não aconteça. – Sussurra ainda olhando para as minhas pernas. Fico vermelha na hora.

  – O que disse, senhor? – Ele finalmente olha para os meus olhos, levantando.

  – Nada. Acompanhe-me, por favor, Srta. Cavicchioli. – Segui até a porta, abrindo-a para mim. Levanto, segurando forte minha bolsa no ombro. Passo por ele e seu perfume me atingi em cheio. – Vai ser um verdadeiro inferno trabalhar aqui! Mas eu nunca quis estar em outro lugar agora que não seja o inferno!

 – Como pode perceber, sua mesa de trabalho será aqui. – Aponta para a mesa enorme que vi quando entrei aqui. – alguma duvida em relação ao que deve usar ou fazer? – Balanço a cabeça em negativa. – ótimo!

 – Seremos só nós dois neste andar? – Não poderia deixar de perguntar. Pensar em nós, sozinhos aqui em cima me deixava excitada e nervosa ao mesmo tempo.

Uma Gota De VinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora