Uma Gota De Vinho

Capítulo Doze - Parte Dois (Final)

 Eu não sei o que está acontecendo comigo. Estou fora de mim, completamente. Estou agindo só pelo impulso louco que corre em minhas veias sempre quando toco, olho ou falo com a Melissa. Nem quando estava apaixonado pela Pamella agia assim.

 Conheço Melissa à quanto tempo? Quatro dias. Quatro malditos e maravilhosos dias. Não sei muita coisa sobre ela, só o que consta em seu currículo. E, claro, que quando goza, fica linda. Que arfa, cruza e descruza as pernas sempre quando está excitada. Que se faz de difícil e fica brava quando roubo um beijo seu. Que sua pele tem o cheiro de cítrico e doce. Sua boca... Ah... Aquela boca se torna esperta quando fala comigo e quando trabalha em um dos meus órgãos que sempre está pronto para ela.  Não posso esquecer também que sempre me surpreende e aos poucos descubro coisas sobre ela que nunca imaginaria descobrir. Como por exemplo... Pole Dance!

 Agi por impulso quando à chamei para jantar em minha casa, mas não me arrependi. Por que me arrependeria? Conheceria seus gostos, suas expressões – Sem ser as de prazer, mesmo querendo presenciar mais delas. – e tudo que poderia extrair daquela sedutora. E estava pensando em tê-la como minha sobremesa, em cima de minha mesa de jantar mesmo. Afinal, descobri também que ela não se importava com os lugares em que a tomava para mim. Também não me importava, só em tê-la em meus braços, gemendo, me pedindo por favor, já era o suficiente.

 Não agüentava esperar por ela em minha casa. E estava inseguro com relação à Melissa não aparecer. É, pareço um adolescente de quinze anos de idade, mas com Melissa teria que ficar com um pé atrás. Ela sempre surpreende.

 Acabei vindo atrás do endereço que me passou, de sua academia. Procurei por ela. Não pude deixar de me incomodar quando vi a quantidade de homens na musculação. Insegurança? Claro que não, afinal, me garantia e malhava muito também, só que na minha privacidade. Uma vez ou outra ia à academia de meu melhor amigo Diego.

 Fui à recepção e perguntei à recepcionista sobre algumas possíveis aulas de danças que poderia estar tendo. Me informou que a única dança que estava acontecendo era de Pole Dance e a minha cara de idiota deve ter sido evidente, porque ela ficou me encarando em expectativa. Perguntei sobre a sala e ela me indicou. Segui o caminho que me falou.

 Passei por vários corredores que continham várias portas, umas de vidro que mostrava a sala, que pelo que tinha dentro, parecia de Pilates.

 Ouvi uma música vindo de uma porta e segui até ela, quando fui me aproximando vi uma mulher começando à dançar. Parei, observando-a, já que a porta era inteiramente de vidro. Quando a moça sobe na barra e começa a fazer os movimentos típicos do Pole Dance, consigo ver seu rosto e fico paralisado, sem saber o que fazer ou pensar, só conseguindo admirar o que meu olhos vêem. Melissa fazia todos os movimentos sensuais com a batida da música e se equilibrava naquela barra. Por Deus... Eu enlouqueci, não só eu, meu melhor amigo de baixo, que nunca me deixava na mão, também enlouqueceu.

 Ela abria as pernas, seus movimentos eram precisos e não sabia como ela conseguia fazer tudo que estava fazendo naquela barra. Meus pensamentos, automaticamente, foram direcionados para o nosso sexo. Quando coloquei sua perna em meu ombro, ela não reclamou e ainda esticou ainda mais. Pamella sempre reclamava, dizia que não agüentava e ficava com dor. Desculpem, não tinha como não fazer uma comparação.

 E mais uma vez agi com meu impulso louco, aquele que só existia e brotava dentro de mim quando via Melissa. Abri a porta e continuei observando-a, até que ela percebe minha presença e se levanta bruscamente, com os olhos arregalados e respiração ofegante. Não saberia dizer se era pelo esforço da dança ou por me ver. Mas gostava de imaginar que fosse por minha causa. Não pensei em ser educado o bastante com o restante das mulheres que estavam na sala, só tinha olhos para uma morena dos olhos castanhos mais lindos e brilhantes que já vi.