Capítulo Seis

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 Filho de uma puta! Desgraçado, Idiota, Imbecil,  Gostoso, fodidamente perfeito! – Não, espera aí, deveria é terminar de xingar ele! Solto o ar com força, olhando um certo homem de lábios perfeitos ir embora do prédio – Não acredito que eu não lutei contra aquele beijo, e o pior é que senti falta daqueles lábios. Senti falta dos cabelos dele nos meus dedos,  senti falta da língua dele brincando com a minha e do gosto dele,  senti falta daquela ereção pressionando contra meu ventre – O meu Deus. – parece que depois que o conheci é a única coisa que sei falar.

 Vejo a porta do elevador se fechando e coloco rapidamente minha mão, fazendo-a abrir, saindo rapidamente dele. Droga. Eu deveria estar péssima, pois as pessoas que estavam passando pela recepção me olhavam desconfiadas, ou eu estava imaginando coisas. 

 Arrumo minha blusa, respirando fundo mais uma vez - Hey, Melinda! Você está bem? Quando fica respirando assim a coisa não está boa! - Escuto a voz da Maitê atrás de mim e me viro, olhando-a.

 – Preciso falar com você! Agora! - Pego o braço dela , puxando-a para fora da empresa.

 – Eeeiii, calma aí! Também senti saudades suas essa manhã, meu amor. Da pra ir devagar? Andar com salto não é pra qualquer uma não. – Maitê fica reclamando enquanto seguro na mão dela, puxando-a, quase correndo para um restaurante italiano na esquina da empresa.

  – Eu sei, mas a coisa é séria! – Entramos no restaurante e já escolho uma mesa, sentando. Maitê senta na minha frente, me fuzilando com os olhos. – Eu quase torço meu pé, dona Melissa Cavicchioli! Ou pior, quebro meu salto! 

  Faço uma careta – Preferia torcer o pé ao invés de quebrar seu salto?

  – Não... Olha, fala logo o que houve. Você nunca reagiu assim, por isso te perdôo.

  – Meu chefe é aquele cara com quem quase transei no sábado, ele acabou de me beijar dentro de um elevador e não sei o que fazer. – Solto de uma vez, me afundando na cadeira.

 Maitê me olha de boca aberta. – Contei para ela tudo o que aconteceu na boate no dia seguinte do ocorrido, depois dela ter se curado da ressaca. – Olha, seja discreta. – Peço, olhando para os lados, com medo de que ela dê um verdadeiro show. Vai por mim, Maitê consegue ser bem escandalosa em situações como essas.  

  – Okay... – Sussurra – Primeiro você precisa urgente de macarrão com molho branco e vinho. Bastante vinho.  

 Solto um longo suspiro, concordando com a cabeça. Um garçom vem anotar nossos pedidos e nos deixa esperando.

  – Agora... Puta que pariu, Mel. Como foi o encontro? Como que ele te beijou? Me conta tudo. 

 Contei desde o momento que o vi quando entrei no escritório até o incrível beijo no elevador. – Eu quis ignorar o que houve e ser profissional, só que parece que ele não entendeu meu recado ou simplesmente ignorou. Eu não sei o que fazer. – Desabafo.

  – Olha, Mel, se eu fosse você me jogava de cabeça. - Arregalo os olhos para ela. Sério isso? – Sei o que você está pensando e sério. Você ficou uma merda no Domingo e nem pense em negar porque sei que ficou frustrada por não ter terminado o que começou lá.  E também, se ele quisesse te demitir, já teria feito. Você senti muito tesão por ele e pelo que vejo –, Maitê se abana com a própria mão – ele senti por você! Porque não aproveitar?

 Reviro os olhos – Porque eu ainda desabafo e peço conselho para você mesmo? – Cruzo meus braços.

 – Para de ser bocó, eu sempre tenho razão! - Abro a boca para protestar, mas o garçom chega com nossos pratos. Coloca vinho tinto em nossas taças e nos deixa a sós novamente.

Uma Gota De VinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora