Capítulo 15

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   Durante a madrugada, enquanto todos dormiam. Richard deixou o posto de vigia. Pegou algumas coisas e saiu da loja. Caminhou até o carro. Porém, antes de fazer o que ele estava prestes a fazer, ele pensou “Vale mesmo a pena? É o certo?”. Ele suspirou profundamente, e então agiu.

   Ele destrancou o porta-malas. Usou a lanterna para poder enxergar. Andrew ainda estava ali. Ele estava dormindo algemado lá dentro, e acordou assustado quando Richard lhe molhou o rosto com um pouco de água.

   Richard lhe encarou friamente durante um tempo. Diferente de Jason, Richard sabia como intimidar.

   Em seguida, ele soltou as algemas de Andrew, e lhe algemou novamente, porém dessa vez, com as mãos à frente do corpo. Lhe entregou uma garrafa de um litro de água, a mesma cujo ele gastou um terço da água acordando o traidor. E junto com a água, um pacote de bolacha salgada.

   Andrew mais parecia um cão que sofreu maus tratos. Com uma cara de arrependido. Pelo olhar, era de se deduzir que ele estava pensando na seguinte frase: “Eu sinto muito”. E pela dor de cabeça forte que Richard estava sentindo naquele momento, era só Andrew abrir a boca, para Richard lhe explodir os miolos.

   Depois de entregar os alimentos ao traidor, Richard fechou novamente o porta-malas. E retornou ao posto de vigia. Onde permaneceu até às três da manhã, que era o horário da troca com Lince que assumiria dali. Então ele pode por fim, tirar um breve cochilo e descansar.

   Ele acordou as 8:00 da manhã em ponto, aquela altura, era Michele quem estava no posto de vigia. A mesma garota que mal falava, Richard só a viu conversar com Amanda e Jason, e às vezes, bem pouco com Erick.

   A primeira coisa que Richard fez quando acordou, foi ir até Bill. Para ver como o garoto estava. Richard se sentou na cadeira ao lado do colchão onde Bill estava deitado.

- Eu fiz um cálculo - começou Bill, a tagarelar -, e tipo. Se ainda existir um bilhão de pessoas vivas no mundo, é só cada uma matar seis ou sete desses doentes de merda, e a infecção acaba.

- Pelo jeito, talvez exista menos de um bilhão de vivos. Bem menos - disse Richard.

- É, nunca vamos saber. A única coisa que eu sei, é que ser baleado gera uma adrenalina do cassete.

- Não se o tiro for na sua cabeça.

- Tem razão. Mas como não foi, eu já posso dizer que fui baleado. Talvez fique uma cicatriz, e as garotas adoram.

   Richard apenas riu. O garoto não se abalava fácil. Sempre sendo otimista em tudo o que fazia, sempre caçando o lado humorado da coisa.

- O ruim mesmo, foi o buraco na camisa. De todas as camisas de seleções aqui da loja, essa é a única que não tem repetida, eu eu gostei dela, não só por causa do Insigne, mas também por causa do Jason.

- Ele era de Milão, por que não pega uma camisa da Inter?

- Porque talvez, pode ser que ele torça pro Milan, ou sei lá. Eu até pensei em perguntar ao Erick, mas não parece ser uma boa ideia agora.

- Faz sentido. De qualquer forma, melhor se alimentar moleque, já temos problemas demais para resolver, não dá pra ficarmos como sua babá.

- É só você me dar uma arma e pronto, problema resolvido.

- Você já é uma ameaça apenas falando, imagine armado.

   O garoto riu, e Richard se levantou. Ao sair do cômodo, trombou Greg no corredor.

- Olá Richard, eu estava indo ver o Bill. Mas pelo jeito, você já fez isso.

- Acabei de vê-lo. Ele está bem.

Os mortos e os perdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora