Richard ainda estava sentado perto do cômodo, onde Jason e Amanda estavam conversando. Ele continuava escutando os dois escondido. A conversa entre Jason e Amanda se estendeu por vários e vários minutos. E tiveram diversos pontos de interesse na conversa, como por exemplo, no momento em que ambos se questionam do que fazer com as pessoas. Quanto tempo levaria para a ajuda chegar? “Se é que vai chegar”. O que eles iriam comer?
Até que em um momento, algo extremamente peculiar aconteceu. Richard estava sentado no corredor, num silêncio absoluto, e com a vela apagada. Tudo estava extremamente escuro. Ele não viu e nem ouviu. Ele apenas sentiu, quando algo passou por ele em direção ao fim do corredor. Seu coração gelou na hora. Quem andaria na extrema escuridão, naquele exato momento? Todos tem uma vela, por que alguém faria algo assim naquele breu? Ele não era capaz de acreditar na hipótese de ser algo da sua mente, até porque, foi muito real para ser apenas imaginação.
E durante esses devaneios mentais, no fim do corredor, que era exatamente a mesma direção pela qual a coisa havia seguido. Uma porta se abriu. Ainda sim, era difícil ver, pois seja lá onde aquela porta iria levar, também estava escuro do outro lado. A porta foi aberta lentamente, com certeza alguém não queria ser seguido. E o primeiro nome que venho a sua mente, foi “Bill”.
Richard se levantou, sentiu o músculo de sua perna direita fisgar conforme ele esticou a mesma. Após acostumar a penar dolorida no chão, ele caminhou guiando-se pelas paredes até o fim do corredor. Rezava para que pudesse esgueirar-se com sucesso de qualquer objeto ou obstáculo no caminho em meio a toda aquela escuridão.
Apalpou a porta, até encontrar a maçaneta. E uma vez que encontrada, ele apenas abriu lentamente a porta.
Jason não havia mencionado isso, ele apenas disse: “dois cômodos e dois banheiros”, não disse nada sobre uma sacada. E ali estava Richard, na sacada da loja. Do outro lado, sem surpresas, a cidade estava totalmente no escuro. A luminosidade fraca e difusa do sol que era refletida pela lua, invadia por completo aquela pequena sacada onde ele se encontrava. Os parapeitos eram de madeira, assim como as grossas vigas de sustentação do telhado. A decoração era composta por dois vasos que possuem uma enorme planta cada um, ao lado de um pequeno banco de madeira de dois lugares. Ela estava bem ali, “a coisa”. Mais precisamente, uma garota de pele clara, e cabelos negros e cumpridos, sentada no banco, com as pernas encolhidas contra o corpo, usando uma blusa preta que cobria seu corpo todo. Não se importou nem um pouco com a presença de Richard, e ele por sua vez fez o mesmo com a garota.
Richard se aproximou do parapeito. Dali, tudo o que ele conseguia ver além da escuridão intensa, era o seu carro, capotado e em chamas. Com um sinal de desaprovação pela perda material, ele pode comprovar que Jason estava falando a verdade. “Bem, pelo menos você saiu com vida”, diriam os otimistas e o Bill.
Ele inspirou profundamente aquele ar fresco que passava por ali naquele momento.
“O que será que aconteceu com a ruiva e a ruivinha do jipe?”
Ele expirou.
- Você teria se se soltado sem a ajuda do Jason?
Ele inspirou novamente. Aquela sensação era boa, ou talvez fosse a aproximação com a morte que te obriga a aproveitar tudo que tem direito antes que ela chegue de vez.
- Eu nunca vou saber.
“Como vai ser amanhã? Os vivos vão ir trabalhar normalmente, ou feriado pra geral?”
- Eu vi quando aconteceu. E foi exagero do Jason, no máximo girou duas vezes só.
Pois bem, parece que o Richard não é o único espião por aqui.
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Os mortos e os perdidos
Ciencia FicciónAjudar o próximo, ainda esta em cogitação? Como seria viver em um mundo de mortos-vivos, onde os mortos-vivos não são a maior ameaça? Nesse mundo de caos, um grupo de sobreviventes terão de testar seus limites para sobreviver. Vivenciando seus maio...