Capítulo 20

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    3:00 da manhã. E para não virar bagunça, Richard sugeriu. Um de cada vez. Mas ninguém tinha nenhuma teoria plausível para ser compartilhada. Só sabiam manter a cara de assustados, e nada além disso. 

    A respeito de Andrew saber de algo, foi completamente descartada essa hipótese, pois um dos homens do Bred estava infectado também. O curioso, era que ele estava mexendo só a cabeça, e o executado por Erick, não havia mexido nada até o momento.

    Estava tudo num silêncio absoluto. Alguns infectados surgiram do lado de fora do acampamento, por conta dos disparos. Mas nada muito grave.

- Você atropelou ele - disse Greg -, acho que por isso ele não consegue mexer o corpo. Talvez tenha acertado a espinha dele.

    Greg iniciou o debate, com uma boa teoria. E assim, fez os gemidos dos infectados ficarem mais inaudíveis.

- Eu pensei que eles não sentissem dor - disse Erick.

- Talvez não sintam. Mas ainda assim podem ser feridos gravemente - disse Greg.

- E por que esse aqui foi o único que não se moveu? - perguntou Erick.

- Tiro na cabeça - respondeu Richard -, é assim que eles morrem.

- Eu tenho uma teoria - disse Lince.

    Todos dirigiam o olhar para ela, autorizando a mesma a prosseguir. Ela se levantou do chão, onde estavam todos sentados ao redor da fogueira, e caminhou até os corpos que estavam lado a lado.

- Eu acho que a mordida deles não transmite o vírus. Eu acho que já estamos com ele.

- Que merda hein - disse Erick, rindo -, espera aí, é sério?

- Talvez - continuou a garota -, a mordida apenas abaixe a imunidade, ou algo assim, e com isso, ela trás a febre e depois o óbito, e aí, a transformação.

    De tudo que Richard já havia ouvido a respeito da doença, essa era a explicação mais lógica. Estariam todos infectados?

- Isso explica o fato desse cara que foi o único a morrer com um tiro na cabeça não ter se transformado - disse Richard.

- Então, a Michele? - perguntou Erick.

- É. Foi assim que aquele cara morreu lá na loja. Ele foi mordido, e depois se transformou.

- Estão dizendo que… eu… vou morrer? - disse Michele, com lágrimas nos olhos. - É isso mesmo?

- Não sabemos ainda - disse Richard, na tentativa de acalmar a garota -, pode ser que a gente esteja enganado sobre isso.

    Essa explicação chinfrim de Richard não convenceu ninguém. Eles acreditavam que a garota iria morrer, quer goste ela ou não. Mas para terem certeza, decidiram esperar até a próxima fase, que seria a febre.

    Lince, encomodada com o infectado que continuava gemendo e virando a cabeça de um lado para o outro. Enfiou o canivete na parte de trás da cabeça do mesmo, bem próximo a nuca, na parte mole, e o infectado cessou.

- Eu estava pensando em uma coisa - disse Bill.

- Que coisa? - perguntou Richard.

- Nos infectados. Eles são tão bobões, não faz sentido tanta gente ter morrido, enquanto ainda estamos aqui numa boa.

- Eu também tenho uma teoria a respeito disso - disse Lince -, criei ela a poucos dias, e que bom que você tocou nesse assunto, assim eu posso compartilhá-la com vocês. Então, eu acho que muitos foram mortos pela falta de informação. Não sabiam com o que estavam lidando. E assim que começaram a se transformarem, os filhos, os pais, os amigos, os irmãos, eles tentaram ajudar, e na tentativa acabaram sendo mordidos, e assim por diante.

Os mortos e os perdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora