Capítulo I: Timidez.

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    Eu abri meus olhos, olhei para o relógio na cômoda ao lado de minha cama. Eram cinco e meia da manhã, me virei para o lado enquanto criava coragem para me levantar da cama, estava um calor agradável, era 22 de setembro, a primavera estava cumprindo seu papel de revigorar o hemisfério Sul. Em São Paulo apesar de poucas áreas verdes serem encontradas, eu conseguia sentir as flores desabrochando e dando oi para o mundo novamente. Eu me levantei e fui para o banheiro escovar o dentes e fazer as necessidades. Desci as escadas e fui em direção a cozinha tomar um copo de água antes de tomar meu café da manhã, uma vez li que isso fazia bem, por isso sempre o fazia. Enquanto eu pegava meu copo de água, minha mãe saiu do banheiro, estava se arrumando para ir ao serviço, era a melhor pessoa que podia ser ter tido o cargo de ser minha mãe.

   — Oi meu filho, bom dia!—Ela disse sorrindo.

   — Oi mãe, bom dia! Dormiu bem?—Eu a respondi retribuindo o sorriso com outro e dando-lhe um beijo.

   — Dormi sim. Eu ia te levar o café na cama como sempre faço, mas parece que alguém acordou empolgado!—Ela disse enquanto tomava um gole de café.

   — Estou bastante empolgado mesmo—Eu tomei meu copo de água e coloquei um pouco de café na xícara-Eu vou pegar meu uniforme para ir tomar banho.

    Eu peguei meu uniforme, me dirigi ao banheiro que se localizava na parte de baixo da casa, em frente a cozinha. Coloquei a playlist do celular no aleatório e entrei no banho, a água não estava nem muito quente e nem muito fria, estava numa temperatura de perfeito equilíbrio, para combinar com o dia que se iniciava.
    Após o banho eu tomei o café da manhã, me despedi de minha mãe e fui para a escola. Onde encontrei Gabi, uma das minhas melhores amigas. Junto de Gabi estavam Ana, Clara e Luiza, amigas do nosso grupo. Yasmin havia faltado naquela dia. Me aproximei do grupo e pude ouvir de longe Ana gritando para todas me olharem.

   — Oi gente, como estão?—Eu disse me aproximando.

   — Oi Brunozinho!—Disse Gabi enquanto me cumprimentava com um beijo na bochecha.

    Eu cumprimentei todas da mesma forma, como todos os dias. Depois de algum tempo conversando com elas sobre assuntos do cotidiano que variavam muito, Ana soltou a frase:

   — Olha, é o Diego!—Ela disse apontando para que todos vissem tal ato.

    Eu me virei de modo rápido, para ver se ela não estava brincando. Elas viviam brincando falando que eu gostava dele e que nós ainda nos pegaríamos algum dia, eu negava na maioria das vezes, mas em momentos em que eu ficava pensando demais em toda a confusão na minha cabeça eu chamava algumas delas para desabafar e acabava falando um pouco sobre o que eu estava sentindo, porque eu não sabia se gostava dele ou se era apenas uma relação de afeto muito grande e um sentimento de inferioridade em questão estética, sempre achei Diego mais bonito que eu.
    Quando me virei, Diego estava realmente vindo, éramos amigos há muito tempo, mas nos afastamos um pouco quando ele mudou de escola, e no ano passado nos reaproximamos quando ele voltou devido à alguns projetos extracurriculares da escola que fazíamos juntos. Nunca pensei que talvez houvesse a possibilidade de eu gostar de algum menino, afinal eu já havia namorado meninas antes e eu nunca havia sentido atração ou algo assim por algum menino, só ocorreu com Diego, eu queria crer que era só afeto, mas quando a pessoa não sai da sua cabeça por nada, fica difícil.
    Eu nunca fui o típico menino padrão que gostava de praticar algum esporte ou brincar, eu sempre fui uma criança que amava brinquedos de lógica e livrinhos para colorir ou ler. Meu gosto musical não era típico de meninos da minha escola também, muitos curtiam funk ou rock ou gêneros parecidos, eu sempre amei música pop e música clássica. Com o tempo fui aprendendo a ser mais eclético.

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