Capítulo IV: A foto.

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    Naquele momento eu não sabia o que fazer, apenas... Sentir.

   — Espero que isso tenha te ajudado em algo... Eu não sei se consigo sentir a mesma coisa que você, mas... Se algum dia acontecer, aconteceu né?— Ele me disse com um olhar tímido e introvertido, acho que nunca tinha visto Diego daquele jeito. 

   — Claro! Aconteceu...— Eu soltei uma risadinha de nervoso.

   — Acho melhor eu já ir indo... Tá ficando tarde.— Ele se levantou do pufe.

   — Tudo bem, eu te acompanho até a porta...

    Eu fui indo na frente para falar com minha mãe, que já havia chegado do trabalho, e meu pai também, para minha surpresa...

   — Oi Diego, quanto tempo que você não aparece por aqui!— Minha mãe comentou ao ver Diego.

   — Oi tia, você tá bem? Como andam as coisas?— Ele disse dando-lhe um abraço.

   — Por aqui está tudo bem, Graças à Deus! E você, como está?— Ela perguntou à ele enquanto desenlaçava os braços.

   — Eu estou muito bem também, Graças à Deus! Eu vim aqui apenas para uma visita rápida, já estou de partida.— Ele disse apontando para a saída de um modo discreto.

   — Ah que pena! Você sabe que é de casa e pode voltar quando quiser, né?— Ela disse soltando uma breve risada.

   — Sei sim!— Ele disse rindo.

   — Venha cá e me dê um abraço!— Ela fez um sinal com os braços o chamando.

     Ele a abraçou e seguiu para a sala, quando encontrou meu pai. Meu pai não era a pessoa mais interessante que eu conhecia, e estava longe de ser, ele me amava, mas não reconhecia tudo o que eu fazia. 

   — Eae Tio! Tudo bem?— Diego disse fazendo um sinal esperando um aperto de mão do meu pai.

   — Eae Dieguinho, beleza?— Ele disse se levantando do sofá enquanto apertava mão de Diego.— Como vão as coisas em casa? 

   — Ah, vão bem na medida do possível, né.— Ele disse cruzando os braços.

   — Ah sim, que bom!

   — Agora eu tô de saída porque já tá ficando tarde...— Disse Diego olhando para a porta.

   — Ah okay! Vai lá então e manda mensagem dizendo que chegou bem hein?— Meu pai disse dando um abraço em Diego.

   — Pode deixar que mando! Vamos então Bruno?— Diego disse afastando o corpo de meu pai.

    Nós fomos para o quintal e eu ainda estava perplexo com o que havia ocorrido... O que Diego queria fazer comigo? Foder mais meu coração? Eu realmente não estava entendendo mais nada, mas aceitei que tinha acontecido e estava bem feliz por ele ter compreendido a situação e não falar ou agir de maneira preconceituosa.

   — Eu te vejo amanhã na escola então?— Eu lhe perguntei colocando as mãos nos bolsos.

   — Com certeza!— Ele respondeu rindo.

   — Que bom!— Eu fiz uma pausa breve.— Olha... Eu não vou contar nada do que aconteceu, okay? 

   — Fica tranquilo, fiz o que fiz pra te ajudar a esclarecer as ideias dentro de sua cabeça, se você gosta de mim, fico feliz por isso! Não sei se sentirei a mesma coisa, é tudo muito novo ainda. — Ele respondeu rindo.— Mas tá tudo bem!

   — Eu fico grato que você compreenda a situação, se não rolar, não rolou, okay?— Após dizer isso eu me aproximei dele e lhe dei um beijo na bochecha.— Até amanhã! Toma cuidado na rua, se você morrer, eu te mato!

   — Fica tranquilo, okay?— Ele disse rindo. — Até amanhã.

    Ele se virou e foi embora, pude vê-lo virando a esquina e naquele momento eu só pensava no tanto de coisas que haviam ocorrido naquele dia... E agora, eu havia beijado Diego, algo que eu pensei que se fizesse iria me ajudar a esclarecer as ideias e sentimentos guardados aqui dentro de mim, mas na verdade só estava mais confuso... Eu sentia algo por ele, só não sabia descrever o que era.
    Eu me despedi de meus pais e fui para o quarto descansar um pouco e refletir. Olhando para o teto lembrei-me da foto que havia tirado no telhado, havia ficado linda.
    Peguei a foto de meu bolso, peguei uma caneta permanente e escrevi atrás da foto "O Beijo". Grudei na parede junto com minhas outras fotos, tudo estava tão lindo. Como eu estava extremamente cansado, deitei-me, virei-me para o lado, fechei os olhos e adormeci.

SentindoOnde histórias criam vida. Descubra agora