O tempo passa mais rápido quando nos divertimos, é o que dizem. Eu acabo concordando. Já havia passado alguns meses desde o acidente, as pernas já estavam boas e voltei a frequentar a escola normalmente.
Andrew ficava em casa enquanto eu estava fora, apesar dele ter insistido bastante no começo.- Boa tarde!
Ele sempre me recebe na porta.
- Como foi o seu dia?
Nem sempre estou com humor para tratá-lo bem. Ainda me arrependo disso.
- Huh bem. O que tem pra comer? Estou azul de fome e o cheiro está ótimo!
Ele demonstrava verdadeira alegria para coisas simples. E aprendia rápido tudo o que estivesse ao seu alcance.
Não gostava das roupas que ele veio, então decidi comprar algumas roupas novas. Pena que ele só podia usá-las em casa, existem leis que exigem o led e as roupas especiais. Fui testar o sistema e paguei uma multa salgada.- Está distraída. Aconteceu alguma coisa?
Ele era realmente perspicaz.
- Não é nada. Só estava pensando que nós dois podíamos sair um pouco. Sei lá, ir a algum parque, não sei. O que você acha?
O androide ficou me olhando de maneira curiosa.
- Isso! Vamos sair um pouco.
Dei um pulo do sofá e peguei o meu casaco. Mas me lembrei que Andrew precisa se trocar.
- Anda! Vai se trocar!
Ele deu um sorriso e foi em direção ao seu quarto.
Andei pensando bastante esses dias. Cheguei à conclusão de que aquele androide era o meu primeiro amigo. Eu contava as coisas que me aconteciam e ele ficava lá, todo atento, me ouvindo, como ninguém antes tinha ouvido. E falava coisas otimistas. Sempre sorrindo.
Me sentia completamente à vontade na presença dele. Talvez pela falta de malícia ou pela sincera inocência.
Fomos até o parque da cidade. As pessoas me olhavam sempre com curiosidade, já que ainda não eram tão comuns os "assistentes" andróides. Deviam pensar que eu era rica, sei lá!
- Quer experimentar algodão doce?
Ele com aquela expressão curiosa.
- Sim. Claro!
Deixei ele por na boca. Ele fez uma careta.
- Nossa! É doce mesmo!
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Atrás da tela azul
عاطفيةUma jovem programadora não fazia ideia de que uma simples charada seria responsável pela maior aventura de sua vida. Essa historia se passa dez anos antes do conto " Posso sentir o frio?"