"Tem algo errado"
Era essa ideia que estava em seu encalço enquanto ela caminhava pelas ruas vazias do seu bairro. E possivelmente o destino estivesse esperando por isso para poder colocar seu plano em ação.
Receosa, ela se acanhou, olhou para os dois lados para atravessar a rua, mas um carro freou bruscamente do seu lado e, por reflexo, Maya soltou de volta a calçada quase colando o corpo na parede de um prédio.
Seus punhos se fecharam e olhos estavam atentos. A boca abriu de leve por conta do susto, mas logo fechou. A loura olhou aquele carro preto com vidro fumê por toda sua extensão tentado captar algo que pudesse ajudá-la a identificar o modelo mais tarde. O vidro do banco de trás abaixou lentamente e ela se surpreendeu com quem era.
- Farkle? - ela riu. - O que está fazendo aqui?
O rosto conhecido deveria amenizar sua agonia, mas a expressão de Farkle não a deixava relaxar. Ele nunca a olhara tão sério. Mantinha os braços dentro do carro e parecia bravo.
- Entra no carro. - ele soltou mais frio do que aquele dia.
- O quê?
- Entra no carro Maya.
Maya se recusava a acreditar que aquele era o garoto sarcástico que conheceu no Brasil. Nem de longe parecia Farkle, parecia mais um robô, uma coisa que não tinha boas intenções com ela.
- Por quê?
- Entra no carro que eu te explico.
Maya trincou os dentes.
- Eu não vou entrar até que você me diga algo que faça sentido.
Farkle começou a suar frio, passando a mão na testa, controlando a raiva que ele queria soltar.
- Maya... - quando ele ia fazer uma nova tentativa outro vidro desceu vagarosamente - Não! - ele gritou para a figura no banco do motorista, mas nessa mesma hora seu vidro se fechou.
A única coisa que Maya via era a motorista com um lenço na cabeça e óculos de sol que tomavam praticamente todo seu rosto. A figura tinha as mãos no volante e olhava para frente. Em um movimento robótico, o pescoço da mulher se virou para Maya. Sua intuição dizia que aquilo não poderia ser bom. A boca da pessoa estava marcada por um batom nude e um sorriso diabólico surgiu daqueles lábios finos. Maya gelou. A mulher pousou os dedos enormes com unhas postiças nos óculos e os retirou. Os olhos de Maya quase soltaram para fora das órbitas quando ela viu o rosto, a garota podia ter tido um ataque cardíaco ali mesmo.
- Mas... você.... – ela tentava encontrar palavras para descrever aquela imagem.
- Sim. – a mulher a interrompeu. – Não temos tempo para isso. Você foi no Brasil me procurar e eu vim aqui na Argentina te ver. Estou ansiosa para saber o que quer comigo, Maya.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois da meia-noite (Rilaya / Rowbrina)
Mystery / Thriller"E é tão triste pensar sobre isso agora porque eu te amei tanto Riley. Eu te amei em cada caractere que nós trocamos. Te amei em todos os segundos das madrugadas que passamos conversando. Te amei na primeira vez que nos vimos pela tela do computador...