Capítulo 6

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Dias atuais...

Os três jovens subiram as escadas e todos perceberam a senhora Ruth, camuflada (ou achando que estava) na cortina branca da janela, os observando passar. Farkle achou aquilo medonho, mas Maya e Smackle não se incomodaram porque a primeira não ligava e a segunda já estava acostumada. Eles precisaram subir quatro lances dos degraus estreitos e irregulares para chegar ao apartamento de Smackle.

- Bem-vindos - ela abriu a porta dando espaço para que Maya e Farkle entrassem primeiro - e por favor não reparem na bagunça.

Mas essa foi justamente a primeira coisa que Farkle reparou. O apartamento de Smackle era escuro e ficou ainda mais depois que ela fechou a porta. Maya sentiu-se em casa. Smackle passou por eles e abriu a janela dando claridade ao local. Ela tirou algumas peças de roupa de cima do sofá e sentou. Maya e Farkle esperaram ser convidados a se sentar, mas não ocorreu.

- Vão ficar em pé? - Smackle perguntou.

Os jovens imediatamente sentaram. Farkle fez menção em abrir a boca, mas Smackle tirou uma carteira de cigarros e um isqueiro de algum lugar da bagunça. Ela olhava para eles de uma maneira esquisita enquanto pegava um cigarro da carteira. Ela levou-a boca e acendeu-o. Inspirou e depois baforou tudo na cara dos dois soltando uma risada baixa. Farkle meditou, reprimindo a vontade que estava de fazer Smackle engolir a fumaça, o cigarro e o isqueiro. Maya se sentiu mais em casa ainda.

- Querem? - Smackle estendeu a carteira aberta para os dois.

- Não, obrigado. - Farkle disse seco.

- Gracias. - mas Maya aceitou.

- Hahaha, isso mesmo garota! Você é das minhas.

- Tá bom Smackle. - Farkle interrompeu - Me fale sobre a Riley.

- Agora você quer saber da Riley?

- Caralho... - ele disse baixo.

- No, no. - Maya se viu obrigada a interromper - Yo quero saber de Riley. Farkle estás sendo um bom compañero me ayudando nesta busca.

- Um bom companheiro? O Farkle?

- Sí.

- Tá bom Maya. Cuidado para não se decepcionar. Eu só deixei ele entrar por sua causa, porque por mim ele não pisava nem no mesmo chão que eu piso.

Farkle a encarava com raiva.

- O que se pasó entre ustedes?

- Eu acho que o foco aqui é a Riley... - Farkle tentou desviar o assunto.

- Sabe o que foi, Maya? O Farkle sempre foi o metidinho a nerd. Ele e a Riley. E quando ele conseguiu uma vaga na melhor faculdade do país, virou as costas para todo mundo. Sumiu do mapa. Mudou de número, de casa, de endereço, de personalidade.

- Farkle? - Maya olhou para ele.

- Nos fale sobre a Riley, por favor.

- Eu não sei da Riley. Nós nos afastamos pouco tempo depois de você ter sumido.

- Por que se afastaram?

7 anos atrás...

Um esbarrão de leve no meu ombro me fez abrir os olhos e interromper os movimentos de dança que fazia. O sorriso safado dele queria dizer que ele tinha presentinhos pra mim.

- Josh! - abracei-o apartado. - Trouxe a parada? - sussurrei no seu ouvido.

Ele olhou para os dois lados antes de enfiar as mãos nas calças apertadas por conta do cinto. Nós estávamos em uma boate, o som estava alto e as pessoas estavam bêbadas e drogadas demais para se importar com o que fazíamos, mas ele sempre foi prevenido. Por isso seu esquema de vender drogas em boates de ricaços sempre funcionou. Ele tirou um saquinho ziplock transparente com um pó branco. Fiz menção em pegar e ele afastou a mão com um sorriso debochado.

Depois da meia-noite (Rilaya / Rowbrina)Onde histórias criam vida. Descubra agora