When The Party's over

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Ainda que não tivéssemos trocado mais que dez palavras nos últimos dias, os olhares que Bruno me lançava no caminho até o carro de Eloise. Após pouco mais de meia hora de trajeto, chegamos ao local da festa. Alí era uma área movimentada da cidade, havia muita gente nas ruas, muitas baladas e pubs...

Todos começaram a entrar no local por uma porta discreta que quando aberta revelava um lance de escada. Segui o grupo que já havia entrado, mas Bruno me pediu para esperar e foi o que eu fiz. Em algum momento nós teríamos que nos falar, então que fosse naquela hora.

-É... -ele parecia inseguro quando passou a mão pelos cabelos espessos e escuros. -Eu não quero estragar a noite com esse clima estranho, Júlia. Você acha que... Sei lá... A gente poderia esquecer o que aconteceu?

-Por mim... Tá tudo resolvido.-falei retribuindo o sorriso que ele me lançou. Nós nos abraçamos amigavelmente e subimos juntos os degraus.

Quando chegamos ao top da escada nos deparamos com um vasto salão com aquelas mesas de balada espalhadas por todo o local, um balcão com muitos bartenders que estavam terminando de organizar uma parede repleta de bebidas. Uma ampla pista de dança exibia luzes coloridas destacando-se da iluminação amarelada que completava o charme do bar.

Lara, Thais, Alana e Leonardo acenavam do balcão e nós fomos ao encontro deles. Ainda era cedo, o salão estava quase vazio. No balcão, doses enfileiradas de um destilado transparente estava sendo servida, uma para cada um de nós. "Cortesia da casa" disse Louis, o dono do estabelecimento e amigo de Eloise. Ele era bem mais jovem do que eu havia imaginado, tinha uma áurea alegre, claramente era fácil se afeiçoar a ele.

-Arriba, abajo, al centro y adentro... -entoamos animados. Senti a vodka descer quente e forte pela garganta e desejei que aquela fosse uma noite inesquecível.

Estávamos todos muito alegres, eu conseguia sentir uma conexão entre nós naquela noite. Até Leonardo que geralmente não se esforçava para se integrar ao grupo estava falante e animado, muito disso devido a influência do álcool, que chegava constantemente em nossa mesa.

Não tardou para que o local estive cheio. O karaokê atraiu muitas pessoas inclusive eu e Lara. Entre os clássicos disponíveis escolhemos performar com grande entusiasmo Girls Just Wanna Have Fun, arrancando gritos e aplausos dos ouvintes. Thaís e Bruno fizeram uma versão meio descompassada de Time Of My Life, o que nos rendeu boas risadas.

Após alguns drinks tirei o blazer ficando com meu body à mostra e tirei meus óculos que estavam completamente baços. Louis subiu ao pequeno palco e pediu para que o DJ tocasse algo do Brasil em nossa homenagem. Todos nós olharam e nós gritamos em aprovação. No momento em que a batida de Vai malandra começou, todos fomos para a pista de dança. Eu, Thais e Alana dançávamos coreografadíssimas enquanto Lara ria incontrolável e filmava esse momento para a posteridade.

Quando a música acabou, Clear apareceu com uma garrafa de tequila e começou a servir mais uma rodada de shots, mas em algum momento todos começaram a beber na boca da garrafa. PS:quando sua coordenadora mais responsável chegar a esse nível, se prepare, muita coisa "no sense" vai acontecer. 

A essa altura da festa eu já sentia o efeito do álcool, me sentia mais solta, porém nada muito alarmante. Me afastei da mesa para verificar o celular, estava preocupada por Shawn não ter me ligado ainda pois já passava das 23h. Mas quando eu vi as chamadas perdidas e as novas mensagens percebi que o celular estava no silencioso. Comecei a tentar ligar de volta, mas estava sem sinal. Merda.

Senti uma mão deslizar por meu braço. Macia e quente sobre minha pele. Dedos longos se entrelaçam aos meus me convidando a virar e descobrir quem era. E alí estava ele com uma camisa preta sob a jaqueta jeans, um jeans preto, botas e um cabelo impecável.

Because I Have YouOnde histórias criam vida. Descubra agora