O manicômio

604 57 9
                                    


Um conto fictício baseado em fatos reais

Autora Eli Souza

Mais tarde , naquele dia; minha mãe me autorizou a sair do castigo. Peguei o Bob ,meu ursinho; e desci para sala onde ela e sua amiga Ana Paula, conversavam tomando uma xícara de café. Para mim, um copo de suco e bolachas já aguardavam na mesa.

Minha casa não era muito grande. Era dividida em 5 cômodos. Sala , escritório e  cozinha na parte de baixo. E dois quartos ,tendo um deles uma área coberta em frente ao quarto; na parte de cima. Esse era o quintal da casa , pq em baixo tinha apenas um estreito corredor na parte lateral.  E dois banheiros. Um em baixo e outro na parte de cima.

Comendo a minha bolacha, e escutando a conversa entre minha mãe e Ana Paula; minha curiosidade aguçava  ao falarem  do hospital colônia, como era conhecido o manicômio de Barbacena.
_ O diretor é amigo do meu pai. E a pedido dele, o diretor  conseguiu uma vaga de enfermeira pra mim. -Disse Ana Paula se gabando para minha mãe.
_Voce é muito corajosa. Trabalhar no meio daqueles loucos. -disse minha mãe com os olhos arregalados .
_ Não tem perigo algum. Estão todos sob controle.  Já conversei com o diretor, e ele me explicou como funciona. Não tem erro... Assim que eu alugar uma casa, me mudo e deixo o quarto todinho pra você Beatriz dos olhos de mel.- falou essa última frase olhando para mim.
_E quando você começa os trabalhos? - perguntou minha mãe.
_ começo já amanhã.

A porta do escritório se abre, e meu pai e um outro homem saem de lá. Meu pai o acompanha até a saída.
_Muito obrigado doutor. -despediu-se de meu pai com um aperto de mão.

Meu pai era advogado e seu escritório funcionava na nossa casa. Era a parte da casa que ele mais ficava. Minha mãe , não trabalhava fora. As vezes o ajudava com a papelada. E também as vezes, ele me permitia brincar lá dentro enquanto trabalhava.
Na parede, havia uma espada samurai . Um presente de um amigo japonês.  Eu sempre pedia ao meu pai ,para deixar-me vê-la de perto. Ele nunca deixou. Dizia ser perigosa, pois era muito afiada.
Eu sempre tive fascínio por aquela espada.

Ao despedir -se de seu cliente, meu pai sentou-se a mesa do lado de minha mãe.   Que me pediu para buscar o seu presente. Corri e peguei o embrulho, entreguei ao pai. Dei-lhe um abraço e desejei feliz aniversário. Pareceu gostar do presente.
Quando voltei ao meu lugar, deixei Bob cair da mesa. Me abaixei pra pegar. Vi as pernas de Ana Paula alizarem  as do meu pai. Quando me levantei , estavam agindo normalmente. Não contei para minha mãe.

De noite, fui dormir cedo ,como sempre fazia. Minha cama era de casal, era a antiga cama dos meus pais; Que compraram uma nova e deixaram a velha para mim.
Ana Paula dormiu junto comigo. No meio da noite acordei com minha mão dentro da calcinha dela e ela a esfregando em sua vulva. Meu coração disparou, mas fingi que ainda estava dormindo. Ana Paula tirou minha mão de dentro de sua calcinha, e levou ao nariz. Cheirou e depois virou para o lado e dormiu. Eu não consegui dormir mais.
E quando amanheceu, ela se arrumou e foi para o seu primeiro dia de trabalho no manicômio.
Como não havia dormido a noite, peguei no sono e acordei já perto do meio dia.

       O manicômioOnde histórias criam vida. Descubra agora