Luz da lua (terminado)

Linhagem de Sangue

Aqueles dias que se passaram mostraram-se promissores para a recuperação do jovem achado no meio da floresta. Duas vezes ao dia ela limpava os ferimentos abertos e colocava novos unguentos de ervas da mata. A febre dele sem dúvidas se mantinha alta. Sempre chamando o mesmo nome: Chichi

A mulher que o cuidava ficou um tanto curiosa quanto a história do jovem. Ela sempre olhava para aquelas peças de prata que havia tirado dele. Era curioso para ela, já tinha ouvido falar de lendas e superstições, mas nunca imaginou que uma fera seria um homem tão jovem e belo como aquele. E tinha suas dúvidas, as vezes as pessoas se deixavam levar por lendas e faziam o mal a inocentes, poderia aquele ser um caso? Ela ainda não sabia. Mais uma vez com ajuda de uma cuia vira na boca dele água ajudando a mantê-lo hidratado, pelo tanto que ele suava pelo estado febril era preocupante, ao menos parte das veias que estavam roxas estavam clareando um tanto mais, mostrando que ao menos o corpo tentava reagir ao veneno no corpo.

Black usou uma das facas de caça para cauterizar parte dos cortes que sofreu. O processo era simples, aquecia a lâmina no fogo e depois a passava na junção dos cortes e ferimentos já limpos na intenção de acelerar o processo de cura e para estancar alguns que ainda sangravam, como os dedos arrancados. Cada dia que e ele ficava ali, era um dia a mais pensando em porque a fera queria tanto aquela garota. O que a tornava tão especial a ele? Ele estava disposto a ir tão longe apenas para tê-la! Era fato que não era apenas uma diversão...não...ela tinha algo que a fera desejava ou o homem...ou ambos....

Ele tinha pressa em se recuperar, ele tinha que ir até a garota, tinha que descobrir que segredo afinal ela tinha para com o Duque que era uma fera. O fato era que ela havia o mentido. Em algum momento eles se conheceram.

Chichi aproveitou aquela manhã. sua avó estava reunida com a Condessa e mais duas nobres na sala e a garota desceu de forma sutil as escadas sem chamar atenção para si, ela se esgueiraria e sem dúvidas fugiria, nada a impediria. Sair dali foi fácil e ganhar as ruas também.

Na sua casa Lunch acaba de chegar sendo recebida por Pierre.

--minha senhora, miss Lunch acaba de chegar, devo chamar Mi Lady cutelo?

-Ah sim, por favor – fala solene a mulher recebendo a costureira junto as convidadas

-será um belo casamento sem dúvidas – fala a Condessa

-Ah sim... o jovem Black me parece um bom partido sim – fala a matriarca até seu servo lhe sussurrar no ouvido

--com sua licença senhoras, já volto – fala a mulher se levantando e saindo para a antessala com o seu servo –como assim ela fugiu?

--lamento Lady cutelo, mi Lady não está em lugar algum – fala Pierre

-Chame uma daqueles brutamontes, sei lá como chamam

--um mercenário, senhora? – pergunta o homem

--isso, deve servir, essa garota está me dando mais trabalho do que deveria, talvez seja uma benção tirar todo esse maldito peso de mim. Nem parece uma dama, mantem a mesma conduta de animal da qual chegou aqui

-Certamente. Providenciarei agora

--ofereça algumas moedas de ouro, ela me vale uma boa fortuna, não posso deixar que se vá, não antes de casa-la, depois não será mais problema meu.

O homem se curva e sai imediatamente e a matriarca retorna a sala

-Algum problema Lady cutelo? – pergunta a Condessa

-Coisas corriqueiras e a jovem Lady que acordou um pouco indisposta essa manhã

--uma pena, como faremos quanto ao vestido? -pergunta Lunch