chapter three: alright

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Shawn Mendes P.O.V

Mais um dia começou, e tudo estava, novamente, igual...

Meu pai não estava em casa quando acordei para ir ao colégio. Claro, ele nunca está. Já faz um ano e meio que ele desapareceu com a desculpa de uma proposta de trabalho em Dubai, ou qualquer coisa assim que eu nunca sei. Ele nos abandonou... não nos manda pensão, e só nos ligou uma vez, informando que não voltaria mais ao Canadá... provavelmente já fez outra família, onde quer que ele esteja. Por isso, vendemos tudo o que tínhamos e nos mudamos para o EUA (não sei se pra enterrar, ou fugir do passado que nos perseguia). Já minha mãe, abatida como sempre, me aguardava na cozinha para o café da manhã, sempre se esforçando mais do que seu corpo aguenta.

— Bom dia, meu bolinho! — disse ela, já me abraçando forte e indicando a cadeira para que eu me sentasse.

— Bom dia, Mama Karen... — brinco com ela, e a mesma ri ao me ouvir.

Paro um instante e reparo na mesa de café da manhã:

— Mãe, você fez de novo???! Essas vitaminas, grãos e cereais para energia e músculos são muito caros! Não temos esse dinheiro... você não precisa comprar essas coisas pra mim!

— CLARO que eu preciso, Shawn Peter Raul Mendes! Você é meu filho, e vou investir até o que não tenho na sua educação! Vendo um rim se precisar! Você tem que ficar forte, para conseguir bolsa na faculdade por meio da natação! É o que você quer, não é? Por isso, senta aí e come logo!

Apenas assenti e comi. Ela precisava que eu assentisse para ficar, pelo menos, com um sorrisinho no rosto... eu sabia que só isso a faria "feliz" nesses tempos.

Enquanto passo pelo corredor para chegar até a porta e ir para a escola, olho uma foto minha e dela pendurada na parede, de quando eu tinha uns sete anos, não possuía músculos, tinha outros objetivos de vida (nem sempre foi a natação), meu cabelo era maior, e ela... bom, ela tinha um sorriso sincero no rosto. Ela era realmente feliz.

 Já na escola, estava aéreo pensando no meu pai, na Mama Karen, na minha irmã mais nova, que ainda precisávamos cuidar e sustentar

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Já na escola, estava aéreo pensando no meu pai, na Mama Karen, na minha irmã mais nova, que ainda precisávamos cuidar e sustentar... mesmo com a pouca renda agora. Caminho pelo corredor enquanto todos, como sempre, olhavam pra mim, obcecados pela popularidade, quando me deparo com meu grupo, com quem eu geralmente andava... Ethan, Noah, Sophia e Emilly.

— SHAAAAAWN, MEU AMORZITOOO, QUE SAUDADE! — Emilly, a loira, já corria para me abraçar e acabar com o resto do fôlego que eu tinha.

— Eae, gata. A gente se viu ontem... cê sabe, né? — eu disse, já fora do abraço.

— Ora! Mas não seja bobinho, né?! Eu sei que nos vimos ontem, mas é que não resisti! Senti mesmo a sua falta — ela, então, faz um beicinho, e me lança um olhar de cachorrinho perdido na mudança.

— Ok, ok, vem aqui... — passo meus braços pelos ombros dela, e a mesma encosta a cabeça no meu peitoral. Ela fica toda sem graça, e posso senti-la corar.

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