KIWI FIC

Introducing

Sabe quando você adora fazer um drama e na primeira oportunidade que tem, faz isso como se fosse o última dia da sua vida?

Esse foi exatamente eu, ontem.

Depois de ter colocado Beau pra cama, acabei caindo na sua expressão super triste e fofa de gato de botas pidão do Shrek e concordei em dormirmos juntos. O que resultou em um Harry acordando no meio da madrugada espremido quase caindo da cama e com uma dor terrível nas costas. 

Ao levantar, alguns flashes do dia anterior tomaram conta dos meus pensamentos. Beau aborrecida, eu chamando William pra vir pra cá, Louis chegando com William, Louis me ensinando a andar de bicicleta, eu ensinando Beau a andar de bicicleta, chocolate quente, eu lavando a louça com Louis, eu e meu catastrófico desabafo com Louis, e por fim... Eu esbarrando em Louis. 

Louis, Louis, Louis. 

Tenho certeza que se duas figuras minúsculas não tivessem nos interrompido algo a mais sairia daquele momento. E até me atrevo a imaginar como seria... Ah, sim.

Não, você não pode ficar pensando essas coisas, Harry. Seria antiético se seguíssemos em frente? Eu acredito que não, afinal eu dava aula pro filho de Louis, e não pra Louis. 

O que aconteceria depois que seguíssemos em frente? Como reagiríamos?

O que estava acontecendo com a minha mente? De qualquer forma, eu deveria parar de pensar tanto nisso. Nossos filhos eram amigos, eu dava aula pra eles e Louis trabalhava em minha casa.

O menino ainda estava construindo sua própria vida, fazendo faculdade e ele parecia ter tantos problemas ocupando a cabeça quanto eu juntamente com a minha falta-de-sexo, então não queria estar no meio disso atrapalhando logo Louis, ele merece melhor.

E quanto a minha crise e desabafo de ontem contando toda a história verdadeira sobre o pai da Beau? O que foi aquilo? Pensando agora eu me sinto até meio envergonhado pelo tamanho do drama, mas no momento parecia tão certo, e eu me sentia seguro de certa forma.

Enquanto a minha mente ainda vagava no passado acontecimento, senti algumas cutucadas em meus ombros e uma voz externa ecoando, fazendo com que eu voltasse à famosa e massante realidade. 

Era Jeff, e havia um homem ao lado dele que me olhava com uma expressão simpática. Pele clara, alto, cabelo um pouco cacheado com um corte baixo, olhos claros e corpo simples porém um tanto atlético, não tão forte e nem tão magro. Era bem aparentado.

— Planeta Terra chamado Harry... — Diz Jeff enquanto continuava a bater seus dedos em meu ombro e depois tamborilando em cima da minha cabeça.

— Ei, no cabelo não! Qual o seu problema? — Falei segurando sua mão que há minutos atrás me cutucava.

— Qual o seu problema, cara? Eu to aqui falando há horas e você só tá aí nessa cadeira se balançando e olhando pro nada. — Jeff se inclinou em minha direção.— Aconteceu alguma coisa? — Seu tom de voz era mais baixo.

—Não, eu só... To com um pouco de sono? — Falei. — É, Beau cismou que eu tinha que dormir com ela e eu passei a noite toda espremido e encolhido naquela cama minúscula. Sabe como é, tudo pelos filhos. — Ele pareceu convencido do que eu havia falado e sua expressão clareou, logo dando espaço para o homem que estava ao lado dele chegar mais perto de nós.

—Bom Harry, por hoje eu vou te pedir mais uma coisinha e aí você pode ir pra casa... dormir um pouco, quem sabe.

— Estou a sua disposição, vossa majestade. — Brinquei fazendo uma reverência.

— Esse — Pronunciou fazendo um gesto para que o homem que estava ao lado dele chegasse mais pra frente. — É Xander Ritz. — O homem que ainda me olhava de forma simpática estendeu as mãos para um breve cumprimento. — A partir de hoje ele vai ser parte da nossa bela escola. É professor de Ciências recém formado na área e novo aqui em Holmes Chapel, achei o currículo dele e a entrevista que fiz muito bons então resolvi dar uma chance, assim como fiz com você na época em que chegou aqui. Enfim, como você é o único professor com tempo vago agora achei que seria bom se pudesse apresentar o colégio pra ele, as salas e tudo mais. — A expressão de Jeff brilhava e seus lábios carregavam um sorriso intencionado, e eu sabia o que era.