Misunderstood

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O capítulo continua no ponto de vista do Louis, ok? Boa leitura!

— Harry... Por que você voltou tão cedo?

— Porque durante todo o encontro eu não conseguia parar de pensar em você. E no nosso beijo. E que você estava aqui com as crianças e eu não estava aproveitando esse momento. E de novo o nosso beijo ressurgia dos fundos do meu pensamento. É impossível enterrar isso ou deixar pra lá. E sinceramente? É muita filha da putagem estar com alguém enquanto você pensa em outro, e eu não sou esse tipo de pessoa. Merda...— O ar quase fugia dos nossos pulmões. Eu só queria segurar ele e dizer que eu também não conseguia esquecer aquele dia, o momento, o gosto dos seus lábios... Mas antes eu precisava dizer tantas outras coisas. Coisas que eu não conseguia apagar e assombravam o nosso beijo, mesmo que não tivesse nada a ver com isso.

...

— Nós precisamos conversar, Styles. — As palavras praticamente foram cuspidas da minha boca.

Harry estava confuso, eu estava confuso e sinceramente... Eu realmente não fazia ideia do que dizer. Mesmo sabendo que desde que começamos a nos falar, eu e Harry já dividimos tantos desabafos e pensamentos, ainda tinha um certo receio de contar essa parte da minha vida. 

Não sabia se era a coisa certa, não sabia se falar isso ia fazer algum sentido naquele momento.

Mas era Harry na minha frente, e ele estava dizendo que não conseguia parar de pensar em mim durante um encontro com um cara certamente dez vezes melhor e mais bem resolvido do que eu. 

Eu era uma confusão, e Harry... Se ele ao menos soubesse a paz que ele me proporciona. Desde o início eu tentei manter os dias de trabalho em sua casa da maneira mais profissional possível, mas ele não é do tipo cada um por si. Já trabalhei em vários ambientes e em nenhum deles fui tratado tão bem.

Harry chegava feliz e dizia coisas sobre seu dia, perguntava sobre meu dia, sobre William, sobre todas as coisas possíveis e quando ele percebia que eu não queria falar sobre, sempre dava um jeito de tornar o clima mais confortável. Ou então se ele chegava triste rapidamente eu percebia sua quietude e tentava deixá-lo mais feliz, e quando ele resolvia dizer o motivo de estar pra baixo e me permitia tentar o ajudar eu me sentia capaz de fazer com alguém o que eu não consegui fazer comigo mesmo por um tempo.

Ajudar.

Durante anos eu precisei de ajuda, mas não fazia ideia disso. Eu acreditava no amor e me agarrava a esse sentimento com todas as forças que eu tinha. 

Acreditava no amor e no final feliz, e isso era a única coisa que importava. E por isso, por acreditar tanto, gostar tanto, amar tanto, acabei causando danos a mim mesmo.

E aqui estou eu, sofrendo algumas consequências desse dano. 

Mesmo que eu já tenha me livrado fisicamente, o seu fantasma ainda assombrava até os cantos desconhecidos da minha mente. As palavras, marcas, barulhos.

— As crianças estão dormindo ainda, certo? — Harry perguntou e eu fiz que sim com a cabeça.

Sua expressão ainda parecia embaralhada em relação a mim, e eu não o culpava. 

Quando alguém diz que precisa conversar com você, isso te faz ficar nervoso, não é? Mas não era a minha intenção. — A gente pode conversar no quarto, o que acha? Eles parecem apagados, provavelmente não vão acordar tão cedo.

— Tudo bem, mas... Você sabe, não posso demorar muito. — Harry concordou e apenas fez um sinal para que eu o seguisse até o quarto.

Chegando lá, Styles insistiu para que eu sentasse na ponta da cama e realizei o seu pedido, logo depois ele sentou na outra ponta, não tão afastado mas não tão perto. Estávamos no caminho.

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