Quando Fernando e Felipe chegaram ao local dos gritos, viram Paulo agarrando Mariana sem nenhma chance de defesa. Fernando não pensou duas vezes, atacou o agressor agarrando-o pelas costas e o desvencilhando de sua noiva.
Na tentativa de defesa, Paulo ainda acertou-lhe um soco, mas Fernando, apesar de estar convalecente, era mais forte e a raiva tomava conta dele. Então uma sucessão de socos foram deferidos sobre o rosto de Paulo.
Felipe olhou para Mariana que estava com os olhos arregalados e depois viu uma das mucamas da casa de seu tio com uma expressão assustada e com o rosto banhado em lágrimas.
- As duas estão bem, Mariana? - indagou Felipe preocupado.
- Por Deus, Felipe, pare o Nando. - disse ela angustiada.
Felipe voltou o olhar para a briga que decorria à sua frente e cruzou os braços nas altura do peito.
- Desculpe, Mariana, mas se fosse com Emília, eu certamente estaria fazendo o mesmo.
Mariana viu a cena com pavor. Nando recentemente sofrera um forte golpe na cabeça e naquele instante estava envolvido numa briga. Enquanto deferia golpes e mais golpes no ínfame Paulo, proferia os mais variados insultos e palavras de baixo calão. Esbravejava sua raiva fisica e verbalmente.
- Por favor, Felipe, e se algo acontecer ao Nando? - suplicou.
Paulo já estava caído no chão e não tinha mais nem força para defender-se, apenas recebia os golpes.
- Já chega, Fernando. - disse Felipe tirando o primo de cima do oponente. - Ele já recebeu o que merecia.
Fernando foi então à sua noiva.
- Estás bem? - suas mãos se fecharam em concha no rosto de Mariana. Ela assentiu.
- E tu, estás? - indagou ela com a mesma preocupação que ele estava.
- O que ele te fez? - perguntou sem dar importância em como ele mesmo estava.
Lágrimas inundaram seus olhos. Mariana emocionou-se por mais uma prova de que ele realmente a amava. Sua preocupação por ela vinha antes.
- Diga, Mariana, o que esse maldito lhe fez? - a urgência em saber o que houvera estava notória em sua voz.
- Nada. - disse numa voz trêmula. - Ouvi gritos quando estava indo à casa de dona Sebastiana e o vi atacando... - ela não completou, apenas olhou na direção da mucama.
Então Mariana saiu de perto de Nando e foi ter com a criada. Abraçou-a.
- Acalme-se, querida. Por sorte não aconteceu nada.
A pobre moça que não devia ser tão mais velha que Mariana, chorava copiosamente e tentava se cobrir.
- Venha, vamos para casa. - ela olhou para Nando. - Vamos também, Nando. - ela pediu.
Ele assentiu, mas antes de ir olhou para Paulo esticado no chão gemendo de dor.
- Seu infeliz, não quero mais ter o desprazer de pôr meus olhos em ti. Porque se isso acontecer, certamente eu o mato.
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Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)
ChickLitA história começa em 1871 onde os abolicionistas comemoram uma grande conquista na luta contra a escravidão: a lei do ventre livre, onde crianças nascidas a partir de 28 de setembro do mesmo ano nascem livres. Mas a escravidão ainda é vigente no Br...