Fernando & Mariana

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- 1880 - 

Fernando Alencar sonhava com uma mulher que amasse acima de tudo e em cujos braços ele encontrasse refúgio e prazer depois de uma vida solitária dedicada aos estudos e posteriormente ao trabalho

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Fernando Alencar sonhava com uma mulher que amasse acima de tudo e em cujos braços ele encontrasse refúgio e prazer depois de uma vida solitária dedicada aos estudos e posteriormente ao trabalho. Tivera um exemplo de amor em casa e via o mesmo amor estampado na face de seus irmãos e suas cunhadas. Fernando sempre acreditara no amor e tinha certeza que quando encontrasse a mulher dos seus sonhos a reconhecieria facilmente. Porém, enquanto não encontrasse a mulher certa, si divertiria com as erradas.

- Estás sonhando acordado, amigo? - Fernando olhou o amigo que  tinha um português péssimo, o que piorava quando bebia, e saboreou o seu conhaque.

Pierre Boyer havia vindo para o Brasil já fazia quatro anos e se estabeleceu no Rio de Janeiro com o comécio de tecidos franceses.

- Creio que já está no hora de eu ir, Pierre. - disse se levantando.

Os dois estavam em uma taberna muito bem frequentada pela classe social mais alta da sociedade fluminense.

- Oras, não seja estraga prazeres, Fernando, acabamos de chegar. - disse com a voz enrolando.

- Não acabamos de chegar, tu já estás deveras bêbado.

Pierre riu de lado.

- Mas nós ainda nem nos deitamos com aquelas beldades. - apontou com o queixo para as belas mulheres que desfrutavam de uma vida fácil.

- Não estou com vontade hoje, amigo, deite-se com uma delas por mim. - sorriu e saiu da taberna.

Ao sentir a brisa da noite, sorriu.  Foi caminhando para casa. Estava cansado. Trabalhava muito e apesar de encontrar alguma diversão nos bordeis que frequentava ou nas conversas com Pierre nas mais variadas tabernas, sentia que sua vida não estava num rumo que ele gostaria. Queria poder voltar pra casa depois do trabalho e encontrar sua mulher à sua espera. Sua mulher. Sua. Não uma de apenas uma noite como ocorria nos bordeis. Sentia uma pitada de inveja de Joaquim e Bento que já haviam encontrado uma mulher para chamar de sua. Queria amor, não apenas uma noitada.

Mas onde ele acharia uma mulher no Rio de Janeiro para casar-se se fugia de tal maneira das mães casamenteiras?

No outro dia, Pierre apareceu no banco com uma cara não muito boa.

- Bebeste demais. - constatou Fernando, Pierre nada falou e se sentou na cadeira em frente a mesa de Fernando. - E já soube que perdeste uma soma considerável no jogo de cartas ontem. És um tolo e não digas que não avisei, mas acabarás perdendo tudo o que tens, Pierre Boyer!

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora