IV

634 86 8
                                    


Joaquim conhecia aquela fazenda como à palma de sua mão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Joaquim conhecia aquela fazenda como à palma de sua mão. Ali era o seu lar. Era ali que ele estaria conectado para sempre. Sempre que cavalgava por suas terras, admirava a paisagem magnífica e sentia-se parte daquilo tudo. Mas não naquele momento. Naquele momento a única coisa que podia pensar era sua esposa a sós com seu melhor amigo. Aquilo, definitivamente, não era correto. Ele cavalgava apressado para o lado que Justino havia falado.

- É uma fazenda muito bonita, senhor Paulo. - disse ela olhando a bela paisagem que os rodeava.

- Sim. A Fazenda Cachoeira Grande é belíssima. A senhora ainda não viu nada. - ela sorriu.

- Fazenda Cachoeira Grande? - indagou sorrindo. - Esse é o nome daqui?

Mas antes que ele pudesse lhe responder, o barulho de alguém se aproximando fez com quem Paulo olhasse para trás. Era Joaquim. Clarissa acompanhou o olhar do acompanhante e seu sorriso morreu ao avistar Joaquim. Seu marido percebeu a mudança em seu semblante e não conseguiu disfarçar o incômodo que isso lhe causou.

- Meu amigo! - saudou Paulo à chegada de Joaquim.

- O que faz aqui, Clarissa? Uma mulher casada sozinha com outro homem. - a voz dura perturbou os sentidos da esposa que não conseguiu responder de imediato.

- O que é isso, Joaquim? Sou eu, lembra-se? Seu amigo. Está duvidando da minha lealdade a você? - indagou magoado, mas firmemente.

A contra - gosto Joaquim encarou o amigo.

- Não estou duvidando de nada, Paulo. Mas não é correto uma mulher casada sair sozinha para cavalgar com um homem. Seja ele quem for.

Aquelas palavras encheram Clarissa de raiva, mas era casada com aquele senhor e nada podia fazer para contradizê-lo, afinal, ele estava correto. Mas algo no tom da voz dele a enervou.

- A senhora dona Clarissa queria cavalgar, então me prontifiquei a acompanhá-la. Não imaginei que ficaria tão irritado.

- Não estou irritado. Estou apenas sendo cauteloso contra os maledicentes.

- Claro. - disse por fim Clarissa fazendo os dois homens a olharem. Mas o seu olhar altivo permaneceia destinado à Joaquim. Depois se virou para Paulo e sorriu. - Agradou-me imensamente a sua companhia, senhor Paulo, e agradeço por ter me mostrado tanta beleza. Mas, como disse o senhor meu marido, devemos ser cautelosos contra os maledicentes. Com sua licença.

Virou o animal e tomou o caminho da volta. Os dois homens ficaram acompanhando-a.

- Isso realmente não era necessário, Joaquim. - Joaquim bufou e encarou o amigo. - Não percebe que estás afastando tua esposa de ti enquanto era pra fazer justamente o contrário?

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora