Episódio 10 - Sensível Lua

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Seu ódio era tamanho que pegou seu carro, no meio da noite, e dirigiu por quarenta minutos até chegar na casa de Mikael

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Seu ódio era tamanho que pegou seu carro, no meio da noite, e dirigiu por quarenta minutos até chegar na casa de Mikael. Prekliaty estava cansado: havia passado o dia inteiro na escola, discutindo com o vice-diretor e tentando "enfiar na cabeça dele" – como pensava – que a demissão de Jorge tinha fundamento. Mikael, entretanto, recusava-se a aceitar o ponto de vista dele.

Somente este motivo levou o temível diretor a ir até o bairro de Jacaré, onde Mikael morava em uma casa pequena e sem muita proteção ao redor. Acreditava que "proteção demais" faria as pessoas se afastarem dele, e ele acreditava no poder da amizade e confiança.

E, muito embora Mikael não fosse fã de xingamentos, naquele momento ele estava a ponto de deixar suas crenças de lado. Prekliaty estava tocando a campainha dele tão insistentemente que quase a quebrou. A campainha, por outro lado, somente não quebrou por medo de irritá-lo com sua morte.

– Q-Que foi, meu Deus do céu... – Mikael murmurou, saindo de sua casa e trajando pijamas de patinhos, junto a uma pantufa de tartaruga. Logo viu Prekliaty em sua porta e levou um susto. – Prekliaty?!

– Oi. – Prekliaty disse, sem emoção alguma. – Por que você tá de pijama? Volta pra casa e bota alguma roupa. Como você espera que eu te leve pra sair assim?

Mikael nunca ficou tão confuso em toda sua vida.

– Sair? – Indagou, até mesmo surpreso. – Quem? Eu? Sair? Tipo... quando? Agora? À noite? Eu? Com quem? Por quê? Quando?

– Eu vou te levar pra sair. Não ficou óbvio, quando eu estacionei o meu carro em frente à sua casa?

Mikael ficou ainda mais confuso. Realmente parecia óbvio, quando Prekliaty afirmou, mas ele não tinha certeza se era uma ação que as pessoas geralmente tomavam. Até gostava de saber que tinha amigos, só não era comum, para ele, sair de casa para lugares que não fossem seu local de trabalho.

Prekliaty viu que ele havia ficado paralisado e bufou, mas resolveu explicar:

– Eu queria te convidar pra sair comigo. Só que eu não sabia como fazer isso, então resolvi ignorar a parte do "convite" e pular pra ação.

Levou alguns minutos para Mikael sair de seu choque e acreditar que alguém estaria disposto a sair com ele. Por mais feliz que pudesse parecer, ele não tinha uma autoestima muito boa.

No mais tardio, convidou Prekliaty a entrar em sua casa e foi trocar de roupa. Mikael estava nervoso por não saber o que vestir, ainda mais quando o outro não lhe havia permitido ter a chance de se preparar antes.

Prekliaty tentou ser o mais paciente possível, mas ficar esperando eternidades e ter que ficar encarando àquela sala de estar terrivelmente alegre e motivacional, o estava deixando enjoado. Também, Prekliaty pensou que Mikael tinha "gatos demais" e era alérgico à animais fofos.

First - Eu nunca achei que seria capaz de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora