Em um Rio de Janeiro pós-apocalíptico (depois da vitória de Bolsonaro), os jovens iniciam o segundo ano do ensino médio em grande estilo. O colégio Laranjeiras conta com funcionários que se metem em mais confusões que seus próprios alunos, entre ele...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Em uma casa localizada no pacífico bairro do Catete, Thiago havia aparecido na casa de Lucas, na tentativa de reatar o namoro. Para conseguir passar por sua mãe, fingiu ser Adriano, professor de história, e conseguiu conversar com o adolescente à sós no quarto.
Entretanto, enquanto Thiago abraçava a cintura de Lucas, sussurrando para ele doces palavras em uma aproximação perigosa, a mãe do adolescente entrou no quarto.
— M-Mãe! — Lucas exclamou em desespero. — N-Não é o que parece!
Cassandra levou um susto tão grande que segurou em seu próprio peito achando que seu coração havia parado de bater. Encarou ao filho, que afastou-se de Thiago imediatamente, em choque, andando para trás, sem conseguir falar.
— Q-Que negócio é esse, meu filho? — indagou incrédula. — Por que o seu professor tava segurando na sua cintura daquele jeito?
— A-Ahn, senhora... — Thiago soltou um sorriso embaraçado. — Não foi nada, eu jamais teria alguma coisa com um aluno meu.
— FORA DAQUI! — Cassandra gritou tão alto que o assustou. — SAIA DA MINHA CASA OU EU CHAMO A POLÍCIA!
Thiago, em um pulo, correu para fora do quarto, sendo seguido pela mulher que continuava a gritar desesperadamente. Lucas seguiu os dois, tentando controlar sua mãe:
— M-Mãe, calma, não foi nada! — disse, quase perdendo o próprio controle. — Eu juro que foi só um mal entendido, o Adriano é muito profissional!
— Sim, senhora! — Thiago parou de correr para olhar na direção dela, com um sorriso descontraído. — Eu sou muito profissional.
— Saia da minha casa! — Cassandra continuou a gritar e até começou a chorar. — Eu vou chamar a polícia, seu desgraçado! Tirando proveito do meu filho!
Quando viu que Thiago não parecia sair, pegou um vaso de flores e atirou na direção dele. Por sorte, o dentista conseguiu se esquivar.
— Mãe! — Lucas exclamou, segurando o braço dela. — Para, não faz isso, por favor!
Assustado, o dentista pôs-se a correr. Chegou na porta de entrada, abrindo-a e aquilo o protegeu de um copo que Cassandra havia atirado.
— E-Eu já tô indo, calma! — Escondeu-se por detrás da porta. — M-Mas, e-eu só queria dizer que...
— Vai embora daqui!
— ... Seu filho é um aluno muito dedicado e bem educado — sorriu por uma última vez.
A mãe de Lucas ameaçou jogar outro objeto, então Thiago deixou o apartamento.
O adolescente, que àquela altura já estava chorando mais do que sua mãe, buscou por palavras em sua cabeça para conseguir explicar a situação. Estava nervoso demais e não conseguia raciocinar direito; sabia que sua mãe era uma evangélica fanática e jamais aceitaria sua sexualidade.
