Em um Rio de Janeiro pós-apocalíptico (depois da vitória de Bolsonaro), os jovens iniciam o segundo ano do ensino médio em grande estilo. O colégio Laranjeiras conta com funcionários que se metem em mais confusões que seus próprios alunos, entre ele...
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O sol brilhava de um jeito incandescente. Os ventos faziam as folhas dançar e os pássaros ajudavam a manhã de todos os cariocas a se iniciarem de forma alegre e colorida. Contudo, havia uma pequena parte daquela cidade em que o sol não conseguia chegar. Sendo ainda mais específico, aquela área se tratava de uma zona residencial.
Prekliaty já estava desperto e, como de rotina, os pássaros que tinham como rota de voo a sua residência, simplesmente deram a volta, indo contra sua própria natureza por medo daquela área escura. O mesmo ocorria com o belo Astro, cujas luzes tão potentes, facilmente perdiam sua força diante tamanha escuridão.
– Por que você tá me encarando? – Disse Prekliaty à uma pequena muda que havia nascido em seu quintal, quando pisou para fora de casa. A muda brochou. – Hm, melhor assim.
Estava pronto para mais um dia de rotina. Assim como todos os diretores de Ensino Médio, Prekliaty adorava seu cargo pois não havia profissão melhor para ele, do que ver crianças chorando todos os dias. E ainda, como bônus, ganhava dinheiro com isso. Nada poderia estragar aquela bela manhã solística-acinzentada.
... Ou então, era isso que ele pensava. O celular de Prekliaty tocou.
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Já no adorável colégio Laranjeiras, o então vice-diretor também iniciava sua rotina.
Encontrava-se regando suas plantas. Ademais, Mikael sempre colocava biscoitos de algas verdes nos vasos das plantas para evitar que as mesmas tivessem muito trabalho ao realizar a fotossínteses. Notou, também, que havia um pequeno inseto, o qual pediu gentilmente para que se retirasse, pois feria as ditas plantas, e o inseto, assim, o fez. Tudo isso dentro de sua sala.
Só parou de as dar atenção depois que alguém apareceu à sua porta. Mikael pediu para que a pessoa entrasse.
Tratava-se de Luis.
– Oi, boa tarde. – Disse, entrando.
– Oi, Luis! Entre, seja muito bem-vindo à minha sala. – Sempre receptivo, o convidou para se sentar à sua frente. – Em que posso lhe ser útil?
– Eu vim te dar o meu aviso. – Luis disse, hesitante. – O meu aviso prévio de demissão.
