Episódio 05 - Transição para a vida adulta

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Em um simples apartamento na grande cidade do Rio de Janeiro, dois irmãos acordavam em seus quartos individuais

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Em um simples apartamento na grande cidade do Rio de Janeiro, dois irmãos acordavam em seus quartos individuais. Gabriel, como todo adolescente, já acordou com seu celular em mãos e agradecia mentalmente por ter uma tomada ao lado de sua cama.

Acabou recebendo uma mensagem:

"Já acordou?"

"Não, eu sou sonâmbulo" — Gabriel respondeu à mensagem de Henrique de forma afável e receptiva.

"Não precisa ser grosso, caramba. Você sabe o quão raro é você acordar sozinho?"

"Eu já sou adulto, não preciso do meu irmão pra me acordar."

"Você é tudo, menos adulto."

Henrique e Gabriel não eram gêmeos, nem muito menos gêmeos siameses, mas viviam colados. O que Gabriel fazia, Henrique ia atrás para fazer o mesmo e vice-versa. Já estavam morando sem seu pai por três semanas e, depois de gastarem todo o dinheiro que pessoais normais somente gastariam em três meses por não serem muito responsáveis, haviam acabado de arrumar um emprego.

"Uma pessoa que não é adulta teria um emprego daora em um shopping?" — Gabriel digitou e enviou, sendo respondido quase imediatamente:

"Um emprego 'daora' em um shopping é exatamente o que define um adolescente."

Saíram de seus quartos para irem tomar o mesmo café da manhã, juntos. Depois, se arrumaram ao mesmo tempo, arrumaram suas mochilas um ao lado do outro e foram para a escola no mesmo ônibus, onde sentariam no mesmo assento caso duas pessoas pudessem ocupar o mesmo espaço. Quando chegaram na escola, Henrique se sentou logo à frente de Gabriel, também nas mesmas salas de aula.

Estavam acostumados a fazerem basicamente a mesma coisa que o outro fazia.

Quando o período escolar terminou, tomaram um ônibus para Botafogo, onde trabalhavam como vendedores em uma loja de vendas de eletrodomésticos e aparelhos de tecnologia. Gabriel, por dormir na aula, tinha sempre bastante energia no trabalho e ficava logo na porta, falando dos produtos para as pessoas que passavam e arrumando o máximo de vendas possíveis.

Henrique, por outro lado, ficava no caixa. Tinha tido que parar de fumar maconha depois da aula por não conseguir se concentrar em números após, e já ter errado a contagem do troco diversas vezes.

Embora aquele fosse o momento do dia em que ambos estavam ligeiramente longe um do outro, sempre que Gabriel entrava no campo de visão de Henrique, este iria se desconcentrar ainda mais na contagem de dinheiro para ficar olhando sorrateiramente o irmão, com um sorriso energético típico de pessoas que ganhavam por venda, achando curioso e interessante como Gabriel ficava tão mais bonito quando socializava – na visão dele.

— Henrique! — A moça do caixa exclamou quando percebeu que Henrique estava parado, com notas de dez na mão, enquanto a cliente à sua frente esperava, impacientemente, por seu troco.

First - Eu nunca achei que seria capaz de amarOnde histórias criam vida. Descubra agora