Ícaro - Chame todos.

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Dezenove horas restantes...

Ícaro respirava fundo, ele já havia sido covarde em tantas decisões que ele havia tomado, e aquela ele não voltaria atrás, quanto mais o tempo passava, mais a certeza de que aquela era a única forma assolava seu peito.

Ele sabia que não era justo colocar um fardo tão pecado nas costas de uma moça que sequer ele conhecia que era Ana Paula, ela não tinha culpa da vida miserável que ele tinha.

O rapaz olhou para o enorme céu que se estendia, o sol já havia ido embora já algum tempo e a noite avançava rapidamente com suas estrelas a acompanhando. Seria uma boa visão se Ícaro não estivesse tão cedo pela dor e o vazio.

O sentimento de angústia e solidão o havia cegado para qualquer coisa bonita a sua volta.

-Ei, garoto! -Um senhor apareceu do outro lado da pequena porta de saída do telhado do prédio. -O quê você está fazendo aí? -Ele perguntou empurrando a porta, mas sem sucesso. Ícaro tinha pensado em tudo.

-O senhor não vai conseguir abrir a porta, eu a tranquei. E como o prédio é de alta potência, até você conseguirem arrombar essa porta, eu já terei feito o que eu vim fazer aqui.

-Não é besteira, senhor. Essa é a minha vida e eu estou escolhendo o fim.

-Eu vou chamar a polícia! -Ele gritou.

-Isso, chame todos. Todo mundo tem que saber que o filho, a família Carvalho está destruída.

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