Capítulo 6

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Após a polícia levar Luke, acompanho Zoey para dentro de casa. Na sala, Megan e Peter limpavam a bagunça. Me dirijo com Zoey para o banheiro e a ajudo a tomar banho. Limpo seu rosto sujo de sangue e a observo chorar.

- Hoje de manhã quando você me perguntou se estava tudo bem, não estava nada bem! Ele mandou não contar porque, se eu contasse, me mataria. Mas não era a primeira vez que me ameaça! - soluçou.

- Shhh! Estou aqui! Ele está preso agora.

- Eu o amava tanto, embora ele seja um babaca e não me merecesse!

Zoey fez uma pequena pausa, respirou fundo e confessou.

- Luke me bateu outras vezes mas sempre pedia desculpas dizendo que isso não se repetiria novamente. Como pude ser tão trouxa? - caiu no choro.

Vestiu o pijama e aconchegou-se na minha cama. Tomou um chá de camomila e logo adormeceu.

Desci com a xícara e os três estavam sentados no sofá. Peter contou que quando ele e Megan chegaram em casa, Luke estava furioso. Tinha os pulsos de Zoey em suas mãos e ela chorava de dor, além do rosto e as marcas roxas nos braços. Ele bateu mais algumas vezes nela, mesmo Peter e Megan tentando intervir. Os vizinhos já haviam ligado para a polícia. A sala estava revirada, pois, na histeria, Luke jogara tudo longe.

Quatro dias depois, Zoey já estava um pouco melhor. Conseguimos fazer ela sair de casa e pegar um sol. Sua autoestima está muito baixa por causa do acontecido mas estamos ajudando-a.

No sábado à noite, eu e Joshua temos um evento na casa de seus pais. Sua mãe inventou de fazer uma festinha para nós, já que vamos nos casar apenas no civil no sábado mesmo. Se estou nervosa por estar em um noivado fake? Capaz! Estou super nervosa! De arrancar os cabelos!

Ross tem me ligado e estou tentando ser o mais normal possível. Estou odiando ter que omitir o que está acontecendo. Sem dúvidas de que ele, assim que souber, vai surtar! O conheço suficiente para saber disso.

Eu o amo! Mas esse dinheiro vai me ajudar bastante. Não contei a ninguém o que aconteceu nos últimos meses e pretendo contar aos meus pais assim que voltarmos de viagem. Estou suspeitando de que esteja com uma doença grave. Eu sei que foi errado não ter contado, principalmente sabendo que preciso de apoio mas não queria preocupá-los! Eles trabalham muito! E esse dinheiro que vou ganhar do acordo de Joshua servirá para o tratamento adequado, não precisarão me ajudar. Marquei os primeiros exames para depois dessa viagem para caso eu nunca mais veja meus amigos (um pouco dramática? Talvez).

Sábado chegou e outra desculpa para contar para as meninas, tive que inventar.

Ao chegar na casa dos pais de Joshua, somos recebidos com muitos abraços e parabéns. O jardim da casa era repleto de pessoas segurando taças de champanhe e muito bem vestidas. Havia mesas espalhadas pelo gramado e uma menina tocando violino no cantinho perto da mesa de comidas, além de garçons circulando pela festa.

Aurora e Daniel, além de Joshua, são as únicas pessoas que conheço. Meu futuro marido cochichava em meu ouvido o nome, quem eram e o que faziam assim que elas se distanciavam. Estava sendo exaustivo!

Ao estacionar um carro muito chique, desce uma bela mulher de cabelos castanho longo, de salto alto e vestido comportado indo até os joelhos. Uma escultura de mulher, eu diria. Joshua aperta minha mão, que pegou assim que entramos na casa. O vejo engolir em seco ao observar a mulher se aproximar. Quem seria ela?

Quase Tudo MudouOnde histórias criam vida. Descubra agora