4. Tudo por uma razão

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 Se tinha uma coisa que Donghyuck não suportava, era atrasos. Porque, se ele conseguia estar lá na hora, qual era a dificuldade pra outra pessoa? As coisas não funcionam direito se você perde a hora de algo e se elas não funcionam, evidentemente que isso ocasiona uma série de eventos ruins.

Lembrava muito bem quando marcou com Daehee de irem juntos comprar um presente de aniversário para sua mãe, um perfume, que sabia que Soomin gostava porque era o que seu pai lhe comprava quando ainda estava vivo. Depois que ele morreu, o último frasco nunca mais foi renovado porque sua mãe nem imaginava onde havia eles.

Por sorte, Donghyuck encontrou em uma perfumaria pouco conhecida da região e sua irmã disse que iria junto, assim que saísse da aula. Mas ela demorou, e muito! E quando chegaram na loja, a vendedora disse que o último tinha sido vendido há minutos.

Só de lembrar a raiva que passou, já era suficiente para querer chorar. Que nem no dia. Daehee se sente culpada até hoje.

A culpa era dela mesmo!

Naquele dia, estava ocorrendo de novo. Já estava parado frente à porta da sua sala há quase três minutos, tinha certeza, porque seu celular servia para isso também, e Mark não tinha saído daquela sala do inferno! Todo mundo já tinha descido, o corredor estava vazio, só tinha ele lá, parado, esperando o nada.

Já sabia que não podia exigir pontualidade de Mark Lee. Era impressionante como comprovava que o loiro tinha uma coisa mais irritante que a outra. Cruzou os braços, se encostando de lado na parede e batendo o pé freneticamente no chão. O que ele podia tá fazendo lá ainda, sozinho?

Se estivesse o provocando de propósito, ele iria ver uma coisa. Mandaria Jisung pegar ele na saída.

Não aguentou mais, disparando na direção do lugar, reunindo todo o fôlego pra xingar o loiro em todas as línguas que conhecia, que no fim, era só a sua mesmo. Nem o básico de inglês, conseguia ser bom.

"Ma-" — Surgiu no arco da porta, mas sua voz, e seu corpo todo, falharam assim que avistaram com quem Mark estava. Arregalou os olhos, dando a meia volta mais rápida de sua vida, enquanto seu coração acelerava gradualmente. Só parou de andar quando estava dentro de sua sala, fechando a porta e se encostando bruscamente nela.

Tinha certeza que Jeno o viu! Certeza! A última vez que teve essa certeza toda foi quando caiu da escada de sua casa e teve certeza que se machucou.

Provavelmente, agora, além de "fissurado na irmã", ele também acharia que era louco. Sua cara não deve ter sido das melhores. Sabia que atrasos não traziam coisas boas.

Respirou o mais fundo que conseguia e abriu a porta lentamente, espiando na direção da sala do 2º-B, mas acabou levando um susto com Mark se aproximando e rindo ao notar a situação de Donghyuck.

"Só você, Hyuckie" — Empurrou a porta, mas, antes que pudesse fazer qualquer outro movimento, o coreano o puxou para dentro, fechando a porta novamente, em seguida.

"O que ele disse? O que você falou?" — Gesticulou, nervoso. Se Mark estava sozinho com Jeno, algo deve ter evoluído.

"Não estávamos falando de você, era sobre o treino de basquete" — O loiro sorriu, arrumando os fios de cabelo em sua testa e Donghyuck suspirou, aliviado. De certa forma, não seria nada interessante se o assunto fosse sobre si e, do nada, ele surgisse passando vergonha. "Mas ele te reconheceu" — Mark completou, arrumando a mochila no ombro.

"Que ótimo" — Resmungou. Se continuasse daquele jeito, provavelmente Jeno, além de lhe dar um fora, ia se certificar de nem passar perto dele.

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora