3. Fingir é a alma do negócio

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Desde que era pequeno, Donghyuck adorava piadas. Sua mãe era mestre em contá-las e sempre fazia com que ele risse até perder o fôlego. Para depois ele se sentir idiota, porque Daehee nunca ria junto com ele.

Infelizmente, sua irmã não tinha senso de humor.

Daquele fato se tirava o quão opostos eram, apesar de serem tão unidos. Donghyuck era de rir facilmente e costumava ser mais explosivo, enquanto que Daehee era mais centrada e calma. Sua mãe sempre achava engraçado o fato do Lee proteger ela com unhas e dentes, quando a caçula parecia tão independente.

Mal sabia Sra. Soomin, o tamanho do perigo que Daehee vivia todo dia. Se não fosse por ele, ela já teria perdido toda sua tranquilidade e paz interna.

Donghyuck, entretanto, nunca pensou que algum dia iria escutar uma piada e ficar perplexo.

Mas Mark Lee conseguiu fazer tal proeza.

E não só perplexo como completamente constrangido.

"Você cheirou alguma substância ilícita?" — Perguntou tão seriamente que estava, de fato, levando em consideração essa possibilidade. Porque não era algo que se propunha a alguém. Tipo, vamos se beijar? Não.

Principalmente quando você é um garoto que está apaixonado pela irmã da vítima.

"Não, o que tem de errado?" — Mark parecia tão chocado quanto Donghyuck.

"Hã...Tudo? Mark Lee, você deve ter problemas psicológicos." — Negou, dobrando o papel que tinha em mãos e se levantando, indignado. De todas as possibilidades de "experiência" que passou por sua cabeça, nenhuma era parecida com aquela.

Mark também se levantou do estofado, sorrindo maldoso.

"Você tem medo?" — Questionou, se pondo na frente de Donghyuck, o desafiando.

"Eu? Medo? De você? 'Tá certo" — Desviou do corpo do loiro, saindo em direção a porta do quarto. Nem morto que ele ia ficar ouvindo tanta besteira junta.

"Pois sabe do que você deveria ter medo?" — Manteve a voz perigosamente ameaçadora, causando um maldito revirar de estômago em Donghyuck que, mesmo assim, não parou de caminhar.

"Não quero saber" — Segurou a maçaneta da porta, prestes a virá-la.

"Do Jeno" — Droga! Maldito Mark Lee que sabia a palavra mágica para fazer com que ele jogasse tudo para o alto e se dispusesse até a ouvir o resto da história. Mordeu o lábio inferior, largando a maçaneta e virando o corpo lentamente, enquanto suspirava, vencido.

"E por quê?" — Mark sorriu, dando de ombros, enquanto se aproximava de Donghyuck.

"Ah, Hyuckie! Jeno é um garoto com um histórico longo de namoros e casos de uma semana só."— Arregalou os olhos. Não dava para negar que tinha ficado, de certa forma, mexido com aquela revelação. Jeno parecia tão sério e corretinho.

Mas Mark era o melhor amigo dele, não dava para ser mentira. Murchou involuntariamente.

"Você acha que ele ia ficar com você depois de descobrir que nem beijar você sabe?" — Mark sugeriu, erguendo uma sobrancelha, incentivando Donghyuck a refletir sobre o assunto.

Ele estava super certo. Quase choramingou na frente do seu maior inimigo secreto de tão inconformado com sua realidade. Não podia ser possível que passou de "Nunca aceitaria isso" para "Talvez eu devesse aceitar, pelo bem do meu futuro relacionamento com Jeno Lee"

Engoliu toda a revolta e vulnerabilidade que sentia no momento, encarando Mark Lee como se estivesse por cima de tudo e de todos. Na verdade, ele queria mesmo era passar por cima daquele loiro desbotado.

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora