8. A história de verdade

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Naquele dia, não fazia tanto calor, tão comum daquela estação. Havia até algumas nuvens encobrindo o céu e Donghyuck poderia apostar que talvez chovesse no início da tarde. Mas ele não era bom em previsão do tempo.

Quando chegou à escola, involuntariamente, a primeira coisa que chamou sua atenção foi, na verdade, a falta dela.

Mark não estava sentado no seu assento, quando passou pela sala dele. E, levando em conta que, na maioria das vezes, o coreano sempre chegava em cima da hora, já era para o loiro estar lá.

Talvez, só talvez, a briga deles tenha deixado o canadense um pouco irritado.

Ora, mas o que ele queria? Duvidava que ele gostasse que alguém chegasse nele levantando falsos sobre a Daehee, por exemplo.

Se bem que isso deveria afetar muito mais Donghyuck do que o loiro.

De qualquer forma, era o mesmo sentimento.

Mas não tirava o fato de que o moreno ainda queria saber o que Mark tinha para falar. Só não havia certeza se ele seria receptivo, porque, querendo ou não, sabia que havia pegado um pouco pesado com as palavras. Falso ridículo.

Se sentia estúpido agora.

Toda sua aura de raiva passou a ser pesar. E Jisung notou isso quando chegou ao intervalo que, depois de longos dias, tiveram um tempo para eles dois.

"Jisungie" — Donghyuck choramingou, mexendo no arroz que havia pego. Não estava com muita fome naquele dia. O Park parou de mastigar, encarando o Lee. "Tem umas coisas que eu preciso te contar" — Estava sobrecarregado demais de dúvidas para que lidasse sozinho, então escutar a opinião do amigo, depois de tanto tempo, poderia ser bom.

"O que você fez agora?" — O mais novo pegou um guardanapo, limpando o canto dos lábios.

"Naquele dia, que você me ligou para perguntar se o Mark havia combinado algo comigo." — Encarou, constrangido, Jisung. "Ele me beijou." — O Park não reagiu.

"E o que tem? Vocês não têm um acordo?" — Bebericou um pouco de leite com chocolate.

"Não foi com minha permissão." — Revelou, vendo o mais novo devolver a caixinha à mesa, subindo as sobrancelhas.

"Como assim?"

"Eu estava falando com o Jeno, ele me chamou para o encontro, e o Mark chegou lá na hora, ouviu tudo e disse para irmos ao segundo andar que ele queria falar comigo. Eu fui, e no caminho, minha mente inteligente formulou que Jeno só falou comigo porque achou uma chance em que eu não estava com o loiro idiota e ele só questionou se éramos amigos porque tinha ciúmes do Mark." — Disparou a falar, enquanto Jisung prestava atenção atentamente a todas as partes da história para chegar a uma conclusão.

"E aí?" — Pediu pra prosseguir.

"E aí eu contei pro Mark. Disse que Jeno tinha ciúmes de nós dois juntos. Ele não me deu ouvidos e me beijou do nada." — O corpo, antes tenso do Park, relaxou e foi para trás, como se estivesse entendendo toda a situação.

"O que você sentiu quando ele te beijou assim?" — Donghyuck desviou o olhar, as sensações eram tão claras em sua mente que, mesmo não estando na situação, conseguia sentir.

"O mesmo da primeira vez." — Parecia lamentar. Mas era que realmente havia algo estranho com ele e todos aquelas reações.

"Donghyuck, o Mark está com ciúmes" — Jisung tentou esclarecer a situação e Donghyuck estalou a língua no céu de boca.

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