18. Há tantas formas de trair

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Se férias não era, ainda, a maior alegria na vida de uma pessoa, deveriam ser. Porque, para Donghyuck, não havia nada mais animador, satisfatório e relaxante que poder colocar sua cabeça no travesseiro e dormir sem se preocupar em acordar em cima da hora. Ou qualquer outra coisa relacionada ao inferno que era aquela escola. Iria até mesmo esconder seu uniforme no fundo do guarda roupa só para não ter de ficar lembrando.

Mas isso não duraria muito. Na verdade, duraria muito menos do que planejava. Graças a ele mesmo, suas provas do início ao fim, foram ruins. Ao menos decidiu que seria bom em gramática, e isso não contabilizava nada, porque a prova de língua estrangeira foi uma decepção atrás da outra.

Pelo menos pôde presenciar Mark sendo divinamente fantástico enquanto ensinava inglês. Era muito mais interessante do que qualquer outra coisa.

Ele que estava, naquela manhã de sábado, ocupado no último treino do time. Não entendia qual o sentido de tanto treinamento, sendo que era apenas um jogo de festival. O máximo que ganhariam, além dos pontos extras, era um título que a escola se agradaria muito.

Bom, pensando por esse lado, era de se alimentar a competitividade dos alunos, visto que os rivais eram da segunda melhor escola de Seul.

Deu de ombros, enquanto se esticava no colchão, particularmente restaurado. Tateou a mesinha do lado, agarrando o celular para checar as horas. Desbloqueou para conferir a mensagem que Mark havia lhe enviado, mas a tela que surgiu, foi a de notas, onde Donghyuck havia escrito um longo texto de desculpas a Jisung.

Suspirou, coçando um dos olhos, para enxergar melhor. Havia passado a noite pensando em boas palavras para aquele pedido, mas parecia que não estava totalmente bem. Principalmente quando começava apontando todos os erros do Park.

Felizmente, não enviou.

Deu atenção ao canadense, que dizia que, ao fim do treino, iria passar em sua casa para eles saírem para comer.

Bom jeito de começar as férias. Sorriu, mais acordado e se pôs de pé quase em um pulo. Puxou sua toalha e peças de roupa do armário, decidido a tomar o melhor banho de sua vida. Principalmente porque não iria esperar o loiro na sua casa. Faria uma surpresa a ele, que provavelmente ficaria muito maravilhado com a coragem de Donghyuck em sair de sua cama cedo só para o encontrar.

Abriu a porta e, no mesmo momento, seu sorriso diminuiu totalmente ao ver Daehee saindo de seu quarto. Ela parecia arrumada, mas Donghyuck se esforçou para não teorizar muito. Não havia tido uma conversa direita com a irmã, queria esclarecer que ele estava a deixando em paz e pediria, do melhor jeito, que ela só falasse quem era.

Mas precisaria de tranquilidade e um momento mais propício. Ela, claramente, estava indo para algum lugar.

"Bom dia, Hyu" — Ela cumprimentou, receosa.

"Bom dia, Hee" — Sorriu minimamente, balançando a cabeça num sinal amigável, disposto a mostrar que estava receptivo. Daehee retribuiu, saindo do local, mas sem antes conferir se a expressão de Donghyuck continuava a mesma.

Não estendeu muito, girando a maçaneta para entrar no banheiro. Sentia que sua vida mudaria se parasse de colocar tanto peso em coisas que não mereciam tanto esmero de sua parte.

Como Jeno, por exemplo. Esperou que, para se ter o príncipe encantado que merecia, necessitaria de toda uma busca e luta para consegui-lo. Até que descobriu que ele estava bem do seu lado, lhe importunando com bobagens.

E Mark tinha mesmo feições de príncipe. Sorriu para o espelho.

Desde a conversa com Jiyoon, pensou cuidadosamente em se declarar. Sim, falar as três palavras que tinha medo desde que assistiu um filme de romance onde o casal parecia se amar profundamente e no fim, eles percebiam que não era bem assim.

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora