Dificilmente Donghyuck se sentia muito motivado a uma coisa, porque desistia sempre no primeiro sinal de dificuldade. Quando, por exemplo, quis entrar num curso de inglês que sua mãe sugeriu quando era mais novo. Ficou animado com a possibilidade de aprender uma nova língua, mas quando viu que precisaria estudar para fazer uma prova antes, se sentiu desanimado no mesmo minuto.
Ou então quando quis fazer uma dieta porque se sentia particularmente gordo. Não aguentou nem mesmo um dia quando percebeu que deveria ficar sem comer seu chocolate favorito.
Entretanto, descobrir o que motivava Daehee a agir da forma como ela estava agindo mudou sua forma de pensar sobre insistir em algo que queria. A ponto de acordar muito antes que qualquer pessoa em sua casa, apenas para ter certeza que sairia para ir junto com a irmã à escola.
Não se importava se iriam desconfiar dele ou não. O ponto era que, desde sábado, quando descobriu que ela havia dormido fora, sem nem mesmo comentar com Donghyuck o fato, pôs em sua cabeça que, algo de errado, ela estava fazendo.
Por isso que Soomin havia insistido em um jantar no seu quarto. Romântico porcaria nenhuma, ela só não queria que Donghyuck surtasse antes. Bom, uma grande parte sua agradecia, porque o sábado foi de uma grande agitação por sua parte. Não conseguiu aproveitar em nada com Mark, que havia o impedido todas as vezes com desculpas para que ele não incomodasse sua irmã.
A única parte realmente satisfatória foi quando Minhee ligou para Mark, o notificando que ele poderia retornar para casa porque Sungjong queria conversar com ele.
Descobriu, horas depois, que a conversa não foi confortável e já imaginava isso. O fato é que o pai de Mark não havia aceitado, mas não o incomodaria com isso. Só que o canadense teria que lidar com o esperado distanciamento do pai.
E apesar de ele repetir diversas vezes que, para ter ele, Donghyuck, aquilo tudo valia mais do que qualquer coisa, era inevitável não sentir culpa pela grande bagunça que havia provocado, visto que o loiro realmente se importava com seu pai.
Mas isso só fazia Donghyuck se sentir mais especial para o canadense, pois era sua companhia que Mark optava agora.
Suspirou, girando o celular entre suas mãos, quando escutou passos apressados vindo da escada e um riso divertido. Olhou na direção do barulho, se deparando com Daehee.
"Depois eu falo com você" — Ela se despediu de alguém no telefone e, ao chegar na base da escada, olhou curiosamente para o irmão, que agora estava de pé. — "Hyu? Você já está acordado?" — Ajeitou a alça da mochila, indo em direção a cozinha, sendo prontamente seguida.
"Sim, eu vou com você hoje" — Respondeu, vendo a Lee pegar uma maçã na geladeira e, em seguida, lhe olhar com uma das sobrancelhas franzida.
"Comigo? Por que?" — Questionou.
"Por que? Não posso?" — Cruzou os braços, já entrando na defensiva. — "Com quem você estava falando?" — Não pode deixar de notar o ânimo que a garota tinha ao se comunicar com a pessoa do outro lado do telefone.
"Com a Jiyoon, Hyu" — Falou, já aborrecida. Donghyuck estava se tornando cada vez mais possessivo e, de certa forma, apesar de amar seu irmão, a Lee já estava se cansando de tanta desconfiança. — "E não, não tem problema ir comigo" — Sorriu, sem jeito, sob o olhar analítico do irmão.
Passaram uma boa parte do caminho até o ponto de ônibus sem trocar uma palavra, presos numa tensão não tão comum, até o telefone de Daehee tocar mais uma vez, mas ela fingir que não acontecia nada.
Donghyuck olhou de canto, esperando uma ação.
"Não vai atender?" — Continuaram caminhando no mesmo ritmo.
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No Way
FanfictionDonghyuck certamente fez más escolhas. Desde comprar papéis até escrever uma carta romântica para um garoto que provavelmente nem sabia seu nome. A junção daquelas escolhas resultou em apenas uma consequência: Mark Lee.