Algum dia na vida, por mais que parecesse terrível, Lee Daehee iria namorar e isso ocasionaria um provável casamento, filhos e por fim, ela indo para bem longe da presença de Donghyuck.
Com essa sucessão de acontecimentos, ficaria muito mais complicado do que já era cumprir o pedido do seu falecido pai de "Nunca deixe Daehee cair em mãos ruins". Para uma criança de 7 anos, que estava perdendo o pai, aquele pedido era mais que uma ordem.
Então para evitar qualquer fadiga, não deixava ela cair em mãos nenhumas.
Ou pelo menos tentava.
Agora iria assistir sua irmã indo parar nos braços do seu inimigo secreto, Mark Lee. E, ainda por cima, com sua ajuda.
Era inevitável sentir vontade de morrer, ainda mais quando o canadense lhe encarava como se tivesse ganhado a guerra.
"Olha, Mark, não sei não. Você não faz mesmo o tipo dela" — Manter a calma era essencial para tentar o convencer de que ele poderia tentar de tudo e, no fim, falharia miseravelmente. Cruzou os braços, pondo a expressão mais convincente que tinha.
"Exatamente por isso que estou pedindo ajuda" — Mark respondeu, como se fosse óbvio.
"Eu tenho cara de mágico, por acaso? O que eu posso fazer por você?" — Era inacreditável como era insistente, esse garoto. Tantas meninas loucas por aí somente para andar do lado dele e, inexplicavelmente, ele estava atrás de uma que não estava nem aí.
"Você deve saber do que ela gosta. E, mesmo que não saiba, pode perguntar. Desse jeito, você me ajuda" — Estalou a língua no céu da boca, olhando para o lado e negando. Por fora estava indignado, por dentro...também.
"Tá bom que eu vou parar minha vida pra fazer pesquisa e te favorecer" — Por um milésimo de segundo, Donghyuck esqueceu em qual situação estava e foi preciso Mark erguer a carta novamente para que seus braços caíssem do lado de seu corpo e um suspiro derrotado saísse. Não tinha como.
"Para não parecer tão injusto, posso te favorecer também" — Mark umedeceu os lábios e Donghyuck estreitou os olhos, desconfiado.
"Do que 'tá falando?"
"Jeno é meu melhor amigo. Posso te ajudar com ele" — Aquela oferta era tão absurda que preferiria nem ter ouvido ela. De que forma Mark Lee poderia o ajudar com sua paixão não tão secreta assim?
"Como? E por quê?" — Não poderia confiar facilmente em qualquer um, principalmente em alguém que tinha cara de anjo, mas morava no inferno.
"Isso você deixa comigo. É um bônus, afinal, você está preso nisso de qualquer jeito" — Respondeu, dando de ombros.
"Prefiro não, obrigado" — Donghyuck ainda tinha seu orgulho. Um tanto ferido, mas não o suficiente para aceitar ajuda do canadense.
"Você acha mesmo que com essa carta, o Jeno vai te achar incrível e querer te conhecer?" — Achava, óbvio. Mas depois daquela frase, dita em tom de deboche por Mark, perdeu uns porcentos de sua confiança, desviando o olhar para o chão. "Você já namorou alguém, Donghyuck?" — A outra pergunta se seguiu de uma risada, o que deixou seu rosto queimando em brasa.
Uma desvantagem de nunca ter ficado com ninguém na vida, era que, quando perguntavam isso para você, a resposta vinha sem você nem precisar abrir a boca.
"Experiência não é tudo" — Aquilo nem fazia sentido, mas tinha que responder Mark de alguma forma, ainda que sua voz estivesse tremida e sua confiança menor que uma formiga.

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No Way
Hayran KurguDonghyuck certamente fez más escolhas. Desde comprar papéis até escrever uma carta romântica para um garoto que provavelmente nem sabia seu nome. A junção daquelas escolhas resultou em apenas uma consequência: Mark Lee.