10. Então, sim.

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Havia muitos lugares naquela escola que Donghyuck nunca imaginou que existiam, e isso porque estudava nela há quase dois anos. Mas uma das áreas que menos tinha interesse, era a de esportes. Fazia educação física por obrigação e não por que era um fã.

Então, isso ocasionava que sua visita a quadra de esportes era estritamente profissional. E seus arredores não o causavam o mínimo interesse.

Felizmente, Mark parecia conhecer bem.

O lugar reservado ficava em um espaço pequeno entre o vestiário e a quadra. Tinha banquinhos e até bebedouros. Nunca havia visto aquele lugar antes. Talvez fosse novo.

Se acomodou, agarrando as alças de sua mochila, enquanto via Mark olhar ao redor e se certificar que não havia ninguém por perto. Quando se deu por satisfeito, sentou, encarando Donghyuck com a expressão de quem estava nervoso pelo que se seguiria.

"Antes de qualquer coisa" — O coreano falou primeiro, afobado, tentando evitar que o loiro falasse primeiro. — "O-o que você queria me contar sobre o Jeno?" — Óbvio que não deixaria aquilo de lado.

Jeno Lee não era carta fora do baralho só porque enlouqueceu e saiu beijando Mark Lee por acreditar que teria alguma conclusão com seus sentimentos depois daquilo.

Mark engoliu em seco e Donghyuck notou que ele tendeu a ficar mais nervoso que o início.

"Ele gosta de garotas, Hyuckie" — Noticiou e não dava para negar, o coração do coreano perdeu a força. Ele tinha confiança que Jeno gostaria dele logo quando o conhecesse, mas aquela revelação afogava qualquer chance.

Quem sabe se sua paixão, não tão certa assim, já não estava namorando alguma garota por aí?

Se Mark sabia daquilo e só o contou naquele momento, era porque havia descoberto recentemente.

Queria perguntar mais coisas relacionadas, se ele sabia de mais informações, mas aquele não era o intuito da conversa.

"Eu devia imaginar" — Riu, ainda que quisesse chorar, de verdade. Mark mordeu o lábio inferior, lamentando internamente a decepção que deveria estar sendo para o moreno.

"Hyuckie" — Cutucou a bochecha do garoto, chamando sua atenção. — "Não quer saber por que eu te enganei?" — Provocou, tentando melhorar o astral.

"Sim!" — Donghyuck exclamou e Mark sorriu, retirando o dedo do rosto dele. O coreano ficou sério. — "Por quê?" — Tentou ser o mais breve, mas o canadense olhou para cima, como se estivesse tentando entender.

"Por que o quê? Seja mais especifico nessa pergunta" — Recebeu um empurrão de Donghyuck no ombro, e riu.

"Para de ser idiota, por favor" — Mark estava tentando amenizar um clima que dificilmente conseguiria ser amenizado com brincadeirinhas. — "Quero saber por que você finge ser o que não é" — Melhorou a pergunta. — "Você não precisa fazer isso sabe? Seu título de popular não vem da sua sexualidade"

"Não faço por vergonha. Faço por uma relação melhor com meu pai" — Foi rápido em responder. Como se estivesse tirando um curativo.

Donghyuck ergueu as sobrancelhas, surpreso.

"Com seu pai?" — Indagou, recordando do homem assustador na fotografia. — "Como assim?"

Mark hesitou um pouco, olhando em torno do local. Ele não gostava de repetir aquela história, se pudesse, já estava enterrada.

Donghyuck notou que o canadense parecia amargar algo.

"Quando morávamos no Canadá, eu me apaixonei por um garoto. Era meu melhor amigo. Fazíamos tudo juntos." — Fez uma pausa. — "Então, começamos a namorar escondido e o nosso lugar favorito era meu quarto." — Donghyuck se sentiu, de certa forma, incomodado. Porque seu primeiro beijo foi no quarto de Mark e não era tão exclusivo assim. — "Um dia, naquele dia, em que iriamos avançar" — O canadense hesitou mais uma vez e o coreano inclinou a cabeça, curioso. O que seria avançar? — "Meu pai chegou, e viu a cena."

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora