5. Ser surpreendido faz parte

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Em um plano, mesmo que falso, é muito importante que você veja progresso para trazer confiança de que ele não tem falhas e está caminhando na direção certa.

Mark, o grande idiota da história, estava mostrando que o plano dele de trazer Jeno para os encantos de Donghyuck estava funcionando. Então, para não parecer que só estava funcionando de um lado, precisava inventar alguma coisa que fizesse o loiro acreditar que podiam seguir do jeito que estavam.

Por isso, aproveitou que, naquele intervalo, passaria com o canadense novamente, para inventar uma pequena mentira.

Daquela vez, tomou cuidado em sentar na sombra, porque outra interação com Mark no sol seria insuportável. E talvez o calor afetasse sua mente e o fizesse lembrar de coisas que já tinha colocado na mente que eram estúpidas e mereciam ser esquecidas.

Como um beijo.

Puxou da mochila uma caixa de chocolates com amendoim, que pediu a Jisung para comprar, especialmente para aquilo. Teve pena do amigo, porque foi muito difícil achar, mas se ele estava aliciado com aquele plano, era de extrema importância.

Daehee odiava amendoim desde que era criança, porque achava que chocolate tem que ser cremoso e não com partes duras que quebram o clima do doce. Nem perguntava, porque sua irmã, as vezes, era esquisita.

Mas ainda a amava. E por isso estava fazendo aquilo.

"Aqui, isso aqui. A Daehee ama isso" — Apontou para caixa, fazendo uma expressão de agrado, como se falasse que aquele presente era a coisa certa. Poderia vencer qualquer barreira se desse para ela aqueles chocolates.

Mark pegou a caixa a analisando.

"Certeza? Nunca vi esse chocolate na vida" — Ergue uma sobrancelha, desconfiado, e Donghyuck passou a mão no rosto, batendo o pé no chão, impaciente. Será possível que não tem nada nessa vida que Mark não questione?

"Olha, você quer me ensinar o que minha irmã gosta, Mark Lee? Já te falei que nessa área eu entendo!" — Bateu na mesa e o canadense devolveu a caixa, dando de ombros.

"Só tô dizendo que é um chocolate que nunca vi" — Cruzou os braços, descansando as costas na cadeira.

"É? E só por que você não sabe o que é bom que minha irmã não pode?" — Provocou. Era muita audácia! Muita! Além de se prestar a ajudar, ainda que tinha que engolir desconfianças. "Para a sua informação, o bilhete de ontem já surtiu efeito, senhor-desconfio-da-habilidade-do-Donghyuck" — Se vangloriou. Era mentira? Sim, mas só de poder falar que deu certo para Mark, já se sentia vitorioso.

"E o que ela falou?" — O canadense, se apoiou na mesa, atento ao que Donghyuck tinha para falar.

"Ela me mostrou o bilhete e eu vi o sorriso empolgado dela. Até briguei, tenho que manter as aparências, né?" — Estava tão orgulhoso de si mesmo! E de como era o melhor inventor de histórias dessa cidade! Se algum dia perguntassem o que de bom fez nessa vida, diria que passou a perna em Mark Lee.

Não tinha conquista melhor.

"Ok, um ponto para você" — Queria subir naquela mesa e gritar bem alto que Mark estava lhe parabenizando, mas se permitiu apenas em esboçar um sorriso extremamente contido enquanto apertava uma mão na outra. "Temos que avançar no nosso treinamento."

Fechou o sorriso.

"Avançar? Mais? Quê?" — Podia jurar que o treinamento tinha acabado ontem. Mark ia beijá-lo, dar o veredito e então fim, acabou. Corou. Aquele maldito beijo tinha voltado em sua mente. Abaixou o rosto, tentando se recompor.

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora