14. Boas sensações são sempre bem-vindas

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Donghyuck não costumava chorar. Lembrava perfeitamente que a última vez que derramou lágrimas foi aos 14 anos, quando aceitou assistir um filme de drama que Daehee tanto insistia.

Ok, vendo por esse lado, parecia que tinha fraqueza para isso, mas era só porque o filme era realmente muito tocante. E, se bem lembrava, segurou as lágrimas até o final, enquanto que sua irmã já chorava na metade dele.

Bom, nenhuma situação depois daquele episódio pediu que o Lee chorasse, afinal, sua vida era, certamente, normal demais para haver brechas para tristezas exacerbadas.

Infelizmente, era inevitável que as situações ruins chegassem em algum momento.

E ver o loiro machucado, provavelmente tendo que fugir de casa por causa de seu próprio pai, causava um aperto ruim em seu peito.

Fungou, tentando engolir o choro que já era evidente e se afastou, passando as mãos rapidamente pelo rosto, mas Mark conseguiu ver com clareza.

"Donghyuck-ah" — Chamou, sorrindo de como o coreano havia ficado afetado com algo que, para ele, não era tão grande. — "Não chora" — Passou os polegares por baixo dos olhos de Donghyuck, enxugando as recentes lágrimas que caiam.

"Você também, né?" — Sua voz diminuiu alguns tons, enquanto cruzava os braços, quase irritado por Mark ter sido tão equivocado. — "Não precisava contar agora" — O loiro fez silêncio, apreciando a expressão chorosa no moreno e Donghyuck estalou a língua no céu da boca, virando o rosto. — "Vem, entra. Daehee, pega o kit de primeiros socorros?" — Chamou pela irmã, que assistia a cena, ainda perplexa com o que havia ocorrido. Concordou com um murmuro, saindo em direção ao quarto de Soomin.

Mark entrou, partindo para o sofá, mas o coreano o segurou, impedindo.

"Vamos para o meu quarto. Eu quero saber o que aconteceu" — O canadense acenou positivamente e Donghyuck enlaçou sua mão, carinhosamente o puxando na direção da escada. Se continuasse daquela forma, Mark iria fingir que estava muito mal, só para vê-lo todo cuidadoso até o fim da noite.

Esboçou um sorriso satisfeito quando o moreno não estava o olhando.

Ao fim dos degraus, pediu para que o loiro seguisse para seu quarto, apontando a porta, enquanto ia para o de sua mãe, comunicar Daehee sobre o que ela deveria fazer.

A encontrou revirando o guarda roupa de Soomin.

"Hee, está ali em cima" — Se apressou, pegando antes dela. — "Quando nossa mãe chegar, avisa para ela que o Mark está aqui, mas não diz o que houve, hum? Só pede para ela ir ao meu quarto" — Daehee concordou e Donghyuck partiu sem mais delongas para o encontro do canadense, o localizando sentado em sua cama, ainda com a mochila nas costas.

Suspirou, se preparando psicologicamente para ouvir a história, enquanto fechava a porta do quarto, sem trancá-la.

"Tira essa bolsa e encosta ali na cabeceira" — Falou de forma tão delicada que Mark teve que erguer as sobrancelhas, em uma surpresa agradável.

"Você, me tratando dessa forma, acho que vou me machucar todo dia" — Provocou de leve, enquanto obedecia ao pedido do moreno, que também se aconchegou na cama.

"Não brinca com isso, por favor" — Pediu baixinho, enquanto passava o corpo pelas pernas de Mark, ficando do outro lado do colchão, se sentando de frente para que pudesse limpar o corte no canto dos lábios do canadense.

Abriu a pequena maleta, procurando o recipiente com um pouco de água e algodão para limpar o sangue seco. Felizmente, o corte era pequeno, apesar de ter feito sangrar bastante.

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora